Page 36 - LIVRO 2018 temporada
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03 de Agosto                                              Série Augusto dos Anjos











                              CONCEIÇÃO BENCK



          Possui Bacharelado em Música pela Universidade Federal da Paraíba (1990) e Doutorado em Música pela Universidade
          Federal da Bahia (2004). Atualmente é professora do Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba. Tem
          sua sólida formação com grandes flautistas como Gustavo Paco (Argentina/Brasil), Aurèle Nicolet (Suíça) e Alain Marion
          (França). Organizou o I e II Festivais Norte/Nordeste de Flautistas. Atuou nas principais instituições da região
          (Conservatório Pernambucano de Música - 1993/4; Orquestra Sinfônica da Paraíba - 1988/94; Orquestra Filarmônica
          Norte/Nordeste - 1998/9; Orquestra Sinfônica do Recife – 1991/2010; Universidade Federal de Pernambuco -
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          1994/2010.994/2010. Com intensa atividade como solista e camerista, destaca-se o trabalho realizado junto ao Quinteto Sopro
          Brasil (Quinteto de Sopros da UFPE, do qual foi membro fundador) durante os anos de 2007-2010 e o Duo Casado (com
          a pianista e irmã Rachel Casado). Atuou como professora convidada no Projeto “Bandas de PE”, do Conservatório
          Pernambucano de Música (2007- 2014). Além da docência, dedica-se à pesquisa interpretativa, performance e gravação
          com ênfase em obras de compositores brasileiros, assim como, sobre competências da performance musical e didática
          instrumental com ênfase em Articulação nos instrumentos de sopros.








                                                  Tema: Espírito de bravura e heroísmo patrió co; País: Rússia




          "[A guerra] era bastante perigosa, um tanto quanto complicada, mas por tudo aquilo, era
          extremamente fascinante". (Nikolai Gumilev, Notas de um cavaleiro, 1915).


          "[...] Somente na caça de grandes animais, leopardos e búfalos, experimentei   mesma
          sensação, quando a ansiedade por si só se torna um medo de perder a magnífica presa.
          Deitado, puxei meu rifle, re rei a trava de segurança, mirei bem no meio do corpo da pessoa
          no capacete e apertei o ga lho. Um  ro coou ensurdecedoramente pela floresta [...]."

          (Nikolai Gumilev, Notas de um cavaleiro, 1916).





           A narrativa de Nicolai Gumilev dá conta do espírito de bravura que o impelia para o combate, uma
           mistura de heroísmo patriótico com certo prazer aventureiro de sua juventude. Ao alistar-se

           voluntariamente na Cavalaria, o poeta opõe-se diametralmente à atitude de Prokofiev, que
           retornou ao Conservatório para estudar órgão a fim de evitar a conscrição. A partir de suas Visões
           Fugitivas, este programa confronta os olhares de Gumilev e de Prokofiev, um enxergando as

           tropas inimigas como “animais de caça”, outro sendo indiferente e esquivando-se do serviço
           militar.
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