Page 93 - REVISTA MULHERES EDIÇÃO 21
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JORNALISTA ISABEL MINARÉ
artelo, carrinho de mão e betoneira têm trabalhado
pesado durante a pandemia. Merecem até prêmios! A
bem da verdade, provocam ruídos, mas nada que tire
Mo sono ao imaginar a casa reformada ou construída
exatamente do gosto do morador. Atrás das ferramentas, estão pe-
dreiros, arquitetos, designers, projetistas, urbanistas, empresários e
tantos outros profissionais empenhados em aproveitar este momen-
to para melhorar ou até criar ambientes.
A difusão do coronavírus trouxe prejuízos para diversos seto-
res. Mas nem tudo foi à ruína ou ficou parado. É o caso da cons-
trução civil, que soube lidar com adversidades e contratempos
para chegar num intenso e explosivo “boom imobiliário”. As opor-
tunidades para a categoria surgem em ritmo acelerado.
Assegurar que o ramo não foi impactado é uma grande mentira.
Foi sim. Ele passa por limitações na mobilidade e necessidade de
isolamento. Além da redução da quantidade de funcionários traba-
lhando juntos, no mesmo tempo e lugar, Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs) e outras medidas sanitárias receberam mais valor
e investimento fora do normal. Afinal, ninguém quer o alastramento
da covid-19 em empresas e canteiros de obras. Existem procedi-
mentos específicos na luta contra o vírus na entrada, permanência,
horário de almoço e saída do expediente.
Outro agravante foi a elevação de preços dos insumos, como ci-
mento, aço, PVC e cobre. Conforme relata o presidente do Sindicato
da Indústria da Construção Civil de Uberaba (Sinduscon), Lucia-
no Veludo, somente o cimento teve uma alta de, no mínimo, 80%.
O fator impactou intensamente contratos de obras públicas junto
à iniciativa privada com valores fechados antes da alteração. “Mas
nada disso impediu o avanço do setor”, assegura Luciano. Para este
ano, a expectativa de crescimento é de 4%, de acordo com a Câmara
Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O segredo do sucesso está em driblar os obstáculos. Umas das
formas de superação acontece através do uso de tecnologias. Pro-
cessos digitais, controles de fluxos de caixa, estoque, compras, ar-
mazenamento de documentos em nuvem, foco no atendimento por
aplicativos. Usar e abusar da internet foi mesmo uma questão de
sobrevivência e perspicácia. Outra mudança foi no atendimento,
que passou a ser parcial ou totalmente remota. “Por se tratar de uma
venda muito consultiva, detalhada e personalizada, não é possível
praticar 100% online, mas estamos atendendo muito de forma virtu-
al, fazendo com que os atendimentos presenciais ocorram somente
quando for inevitável, porém atendendo todas as orientações sanitá-
rias”, aponta o diretor comercial da Solar Fonte, Mário César Silva.
Junto com a crise, vêm as oportunidades. Uma das recomenda-
ções da Organização Mundial de Saúde (OMS) para evitar o contá-
gio é o isolamento social. O novo hábito trouxe um panorama dife-
rente sobre as funções e as necessidades do lugar onde se mora e
labuta. Misturou tudo! Casa, escola, trabalho estão juntos no mesmo
Mulheres Ed. 21 - 93
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