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Galeria eterniza trabalho de ex-presidentes



                                                                 Há quase 40 anos, Cida, como é conhecida, foi convidada para
                                                              participar do bazar da instituição. Ela foi, apaixonou-se pelo lu-
                                                              gar, pelas pessoas e, principalmente, pelo ideal de desenvolvi-
                                                              mento humano. Sabia que tinha muito a contribuir. Entrou em
                                                              ação imediatamente. Por muitos anos, viajou rumo ao Brás, em
                                                              São  Paulo  (SP),  à  procura  de  matéria-prima  para  o  bazar.  Em
                                                              uma dessas jornadas, levou um tremendo susto. “Meu carro ca-
                                                              potou na rodovia! Deu perda total! A frente (do veículo) acabou,
                                                              mas o porta-malas, lotado de compras, ficou intacto. Não tive ne-
                                                              nhum arranhão”, comemora. Festeja sim, porque naquele mo-
                                                              mento, não era só a vida dela que estava em risco, mas o trabalho
                                                              que beneficiaria milhares de famílias.
                                                                 As edições dos bazares foram verdadeiros sucessos. “Ele era
                                                              considerado o melhor da cidade pela qualidade das peças, con-
                                                              feccionadas com muito capricho e dedicação. No dia, fazia fila
                                                              na porta e o estoque se esgotava em questão de horas”, afirma.
                                                              Eventos como esse contribuem na manutenção da entidade. So-
                                                              mente em setembro deste ano, o orçamento foi de aproximada-
                                                              mente R$ 1 milhão. “O hospital é privado, filantrópico e sem fins
                                                              lucrativos. Não tem mantenedora. Ele vive de doações, serviços
                                                              prestados à comunidade e emendas parlamentares”, afirma Ma-
                                                              risa Borges, diretora administrativa.
                                                                 Marisa é a funcionária mais antiga, com 36 anos de casa. E é a
                                                              casa dela mesmo, a qual defende com coragem e sabedoria. Nas
                                                              horas boas e ruins, ela está presente.  “Já passamos por muitas
                                                              dificuldades. Teve época de quase fecharmos as portas por não
                                                              termos mais condições de manter o hospital”, relata, ao se lem-
                                                              brar dos atraso de repasse do SUS. Dinheiro pode não ter, mas
            Ana Paula Bosi é vice-presidente e pediatra do hospital   crianças pra serem atendidas nunca faltam. “É uma média de
            há mais de 30 anos                                150 pacientes por dia. Tempo seco tem mais movimento que o


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