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MODA BOA      turas e vivenciou diversas mudanças. Agora, é a
                  Reginaldo tem contato com diferentes cul-


               era do consumo consciente. “Antes, as pessoas
               compravam enlouquecidamente. Hoje, não. Elas
 É MODA        elas querem saber o que está por trás da fabrica-
               compram só o que precisam”, conta. Além disso,
               ção. A marca se preocupa com as questões am-
               bientais? Cuida da saúde dos funcionários? Faz
               uso de trabalho análogo à escravidão? Todas as
 DEMOCRÁTICA   respostas influenciam nas aquisições e na repu-

               tação das empresas.
                  Por isso, é tão importante entender o com-
               portamento social para administrar os negócios.
               “Não é estimular a venda, mas sim fazer com que
               as pessoas descubram seus verdadeiros prazeres
               naquilo que elas podem pagar e têm condições
               de usar”, explica. Quando o cliente está indeci-
               so, a dica é fazê-lo encontrar o próprio estilo. A
               descoberta é fundamental para uma mudança
               de vida.  “Já percebeu que tem gente que en-
               tra numa loja, experimenta tudo e fala que não
               achou nada do seu agrado?”, indaga. Quem se
               conhece não perde tempo e não age desse modo.
                                                                      O consultor com Julia Tahan, uma das convidadas do evento
                                                                      que ele participou em Uberaba



               A MODA É REGIDA POR MOVIMENTOS

                  Se tem algo que não para nunca é a moda. Ela se transforma ao longo dos tempos e um dos movimentos de
               destaque é o “See now, by now” (tradução livre: Veja agora, compre agora). Em outras décadas, as lojas recebiam
               uma só coleção para o ano inteiro. Atualmente, a cada quinze dias tem novidades. Se alguém viu uma bolsa, por
               exemplo, e se interessou por ela, é preciso comprar agora, pois daqui a alguns dias já não será possível saber se
               ela ainda estará no estoque. É melhor comprar do que ficar sem.
                  Outro movimento que o empresário viu, aliás, fez acontecer foi o plus size. “Se voltarmos uns 20 anos, quem
               engordava não encontrava roupas”, relata. Em um de seus trabalhos, precisou atender uma loja que comercializa-
               va tamanhos maiores. Ele se viu em apuros ao perceber que não havia ninguém no casting pra vestir. ‘Colocar uma
               peça 44 num corpo 38 ficaria horrível’, pensou. A estratégia foi ampliar o campo de visão. “Vi uma panfleteira com
               as medidas ideais e a convidei para desfilar. Ela aceitou e ainda chamou quatro amigas”, lembra. A nova modelo
               viu naquela oportunidade uma forma de empreender e criou a primeira agência de plus size do Brasil. Mais lojas
               e centros comerciais perceberam o potencial do mercado e realizaram investimentos.
                  Não para por aí! Em uma palestra em Londres (Inglaterra), o consultor conheceu a ex-atleta de tênis em ca-
               deira de rodas da seleção brasileira Samanta Bullock. Ela lhe confessou que não sentia mais as pernas e, por isso,
               tinha dificuldade de usar lingeries. Ir ao banheiro era um verdadeiro problema! Reginaldo ‘ficou com essa histó-
               ria na cabeça’ e, ao voltar ao Brasil, ligou para uma cliente empresária. O contato foi um pontapé inicial para o de-
               senvolvimento de uma coleção inclusiva em collab com as marcas Brasileña Lingerie e SB Shop (essa pertencente
               à Samanta). O lançamento foi um sucesso! As peças se esgotaram em tempo recorde. “Levanto bandeiras porque
               qualquer um pode engordar, adoecer e envelhecer e mesmo assim tem direito à dignidade e felicidade”, pontua.

               O FUTURO É PRA JÁ
                  O empresário participa de um grupo que estuda o futuro do segmento. “A moda será compartilhada, assim
               como é o Airbnb e o Uber e complementada com a ampliação dos brechós. Afinal, é assim que teremos uma moda
               circular e sustentável com novos usos e destinos para cada produto.”


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