Page 31 - REVISTA MULHERES EDICAO 28 JUN 23 (1)_Neat
P. 31
RACISMO LÍDIA LÚCIA DE OLIVEIRA
Ativista da Causa Antirracista
Racismo estrutural é uma forma de organização
ESTRUTURAL da sociedade que beneficia uma etnia específica, ao
passo que oprime e explora a outra.
No caso do Brasil, devido ao processo histórico
de colonização e escravidão que durou mais de três
séculos, a população branca é privilegiada e a negra
desmerecida. Trata-se de um processo sutil e com-
plexo, que muitas vezes pode passar despercebido
pela maioria, criando inclusive, a perspectiva falsa
de que “não existe racismo no Brasil”. No entanto,
basta analisar a diferença de representações sociais
entre a população branca e negra para observar que,
na verdade, está bem explícito.
Citando Nelson Mandela: - “Ninguém nasce
odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua
origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as
pessoas precisam aprender, e se podem aprender a
odiar, podem ser ensinadas a amar”.
O preconceito com o negro é um mal que afeta
a vida em sociedade, pois são várias as consequên-
cias vislumbradas em vítimas de atos discriminató-
rios, dentre elas a depressão, a baixa autoestima, a
NO BRASIL pode ser a arma para combater a desigualdade racial
agressividade, desvios comportamentais. A educação
após 135 anos da Abolição da Escravatura, servindo
de alicerce para oportunidades, empreendedorismo,
entender e promover a representatividade.
No dia 25 de julho é comemorado o Dia da Mu-
lher Negra Latino-americana e Caribenha. A data é
lembrete da importância de ter cada vez mais mu-
lheres negras como figuras de liderança, abrindo ca-
minhos para que a sociedade se torne cada vez mais
diversa.
Nós, mulheres negras, continuamos sonhando e
lutando com o dia em que a cor da pele e a fibra do
cabelo não definam um ser humano!
Ser uma mulher preta que inspira outra mulher
é, sem dúvida, um ato de resistência, pois represen-
tatividade importa, define e acolhe.
30 - Mulheres Ed. 28 Mulheres Ed. 28 - 31
Mulheres Ed. 28 - 31