Page 26 - REVISTA MULHER - EDICAO 29
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quem trabalhe na sede e quem prefira
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                                                                           ram costurar e aqueles que não gostam
                                                                           nem de tocar na agulha. Isso é um pro-
                                                                           blema? “Não, pois serviço é o que não
                                                                           falta  aqui”,  afirma  a  presidente  Cléia.
                                                                           Cláudia Raissa é uma dessas pessoas
                                                                           que  não  tem  afinidade  nenhuma  com
                                                                           as linhas. “Me sentia inútil em casa com
                                                                           tempo  e  disposição de  sobra”, conta.
                                                                           Ela visitou a organização, entendeu que
                                                                           poderia contribuir de outras formas e
                                                                           decidiu se tornar integrante. Necessário
                                                                           mesmo é trabalhar com carinho, dedi-
               Costurando com alma, mente e coração                        cação e afeto. Por isso, o nome Costu-
                                                                           rando com Amor. O instituto disponi-
                                                                           biliza aulas gratuitas  de  corte, costura
                                                                           e bordados. É aprender, treinar e ‘co-
                                                                           locar a mão na massa’, quer dizer, nos
                                                                           tecidos. Um aprendizado lindo e que
                                                                           muitas vezes não é colocado em prática
                                                                           em benefício do próximo. Muita gente
                                                                           aprende, no entanto, abandona o proje-
                                                                           to para fazer do conhecimento um novo
                                                                           ofício remunerado. É triste e acontece
                                                                           frequentemente.
                                                                             A abrangência da ação voluntária
                                                                           vai muito além do vestuário. A turma
                                                                           monta kits (composto de roupas e brin-
                                                                           quedos) e doa enxoval. O maior passo
                                                                           foi quando entendeu que poderia atu-
                                                                           ar além dos próprios muros e se unir
                                                                           a  outras  entidades  filantrópicas. “Teve
               Alegria em mudar o mundo
                                                                           uma  época  que  o  Instituto  Maria  Mo-
                                                                           desto precisava de roupas de cama. A
                                                                           equipe nos doou todo o material e nós
                                                                           entramos com a mão de obra”, explica a
                                                                           voluntária Sideny Ferraz. “Nossa função
                                                                           é doar amor”, resume.
                                                                             A associação está atenta às catástro-
                                                                           fes e necessidades do Brasil e do mun-
                                                                           do.  No  final  do  ano  passado,  algumas
                                                                           regiões da Bahia foram castigadas com
                                                                           fortes enchentes. Milhares de pessoas
                                                                           ficaram  desabrigadas  e  desalojadas.  O
                                                                           grupo direcionou todos os esforços e
                                                                           doou 2500 peças para lá. Agora, é o Sul
                                                                           que sofre com chuvas e que vai receber
                                                                           cuidados.  “É  um  chamado  que  entra
                                                                           no ouvido e chega no coração”, relata
                                                                           Cléia. As doações são levadas aos seus
               Bonecas também são vendidas e doadas



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