Page 16 - Aps de processo do cuidar em enfermagem
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Os  medicamentos  fitoterápicos,  assim  como  todos  os  medicamentos,  são

                  caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso. Entretanto, para
                  uma  grande  variedade  de  plantas,  ainda  é  carente  a  análise  detalhada  qualitativa  e

                  quantitativa dos seus princípios ativos (substâncias responsáveis pelo efeito terapêutico
                  das  plantas  medicinais).  Desta  forma,  é  pungente  a  necessidade  de  conscientizar  a

                  população quanto ao uso indiscriminado de plantas, uma vez que muitas delas podem ser
                  tóxicas.  A  regulamentação  dos  medicamentos  cujos  princípios  ativos  são  derivados

                  exclusivos de drogas vegetais (extrato, tintura, óleo, cera, exsudado, suco e outros) e

                  plantas medicinais está estabelecida na resolução da RDC nº 48 de 2004 da ANVISA,
                  onde  os  critérios  de  qualidade  que  avaliam  a  segurança  e  eficácia  de  cada  vegetal

                  utilizado,  bem  como  suas  frações  e  manipulações,  têm  exigências  similares  ás  dos
                  alopáticos convencionais.

                         O uso controlado e formal é peça fundamental para a melhoria dos tratamentos
                  fitoterápicos, principalmente pelos profissionais vinculados a Equipe Saúde da Família

                  (ESF),  tornando  o  vínculo  com  a  comunidade  ainda  maior,  facilitando  o  acesso  ao

                  atendimento em saúde. Promove também a valorização da cultura popular, exigindo dos
                  profissionais de saúde conhecimento da realidade da região em que está inserida, valendo-

                  se ainda do menor custo que os fitoterápicos apresentam em relação aos medicamentos

                  alopáticos. Neste contexto, medidas que valorizem e reconheçam o uso deste recurso
                  terapêutico  como  alternativo  para  a  população  brasileira  devem  ser  incentivadas.  A

                  implementação de programas de Fitoterapia nas Unidades de Saúde da Família deve ser
                  entendida como uma continuidade do estabelecimento do próprio sistema único de saúde

                  (SUS).
                         O  Enfermeiro  é  o  profissional  diretamente  ligado  aos  programas  de  saúde  da

                  família, cabendo a ele esclarecer quanto à possibilidade e adequação do uso das plantas

                  medicinais  descrita  na  RDC  48/2004  da  ANVISA.  A  Lei  n°  7.498  estabelece  que  o
                  enfermeiro seja profissional habilitado para exercer tais funções elucidando alternativas

                  disponíveis para prevenção e terapêuticas aos usuários. No gerenciamento das práticas
                  integrativas,  faz-se  necessária  a  participação  dos  enfermeiros  na  divulgação  das

                  possibilidades terapêuticas e preventivas aos usuários. Todavia, há que se estimular essa
                  discussão  como  responsabilidade  de  todos  os  envolvidos:  docentes,  enfermeiros  dos

                  serviços e dos próprios graduandos, visto ser o cenário das práticas integrativas um novo

                  aspecto do mercado de trabalho, na área da saúde, promissor e em expansão.



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