Page 48 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
P. 48

Administração                                           43

           tle  suas  mãos  e,  de  maneira  especial,  sobre  aquele  que
           originalmente foi criado à sua imagem e semelhança?
                  “Nele  vivemos,  e  nos  movemos,  e  existimos”  (At
            17.28). Que extraordinária declaração é esta! Estas palavras,
           elevemos notar, foram dirigidas não a uma das igrejas de Deus,
           nem  a  algum  grupo  de  santos  que já  atingira  alto  nível  de
           espiritualidade, e, sim, foram dirigidas a um auditório pagão,
           a  pessoas  que  adoravam  o  “ d e u s  d e s c o n h e c id o ”  e  que
           zombaram  quando  ouviram  falar  da  ressurreição  dentre  os
           mortos. Mesmo assim, perante os filósofos atenienses, perante
           os  epicureus  e  estóicos,  o  apóstolo  Paulo  não  hesitou  em
           afirmar que viviam,  se moviam e existiam em Deus,  isto é,
           que não somente deviam sua existência e preservação Aquele
           que criou o mundo e tudo o que nele há, mas também que as
           suas  próprias  ações  eram  supervisionadas  e,  portanto,
           controladas pelo Senhor dos céus e da terra (Dn 5.23).
                  “O  coração  do  homem  pode  fazer  planos,  mas  a
           resposta certa dos  lábios  vem do  Senhor”  (Pv  16.1).  Note
           que essa declaração tem uma aplicação geral — aplica-se ao
           “homem”, e não somente aos crentes.  “O coração do homem
           traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos” (Pv
           16.9).  Se o Senhor dirige os passos do homem, não é prova
           de  que este é governado  ou controlado por Deus?  De  igual
           modo:  “Muitos propósitos há no coração do homem,  mas o
           desígnio  do  S e n h o r permanecerá”  (Pv  19.21).  Pode  isso
           significar algo menos que, sem importar o que o homem deseje
           ou planeje, é a vontade do Criador que é executada? Ilustremos
           com a parábola do rico insensato. Os propósitos do seu coração
           nos  são  expostos:  “E  arrazoava  consigo  mesmo,  dizendo:
           Que  farei,  pois  não tenho onde recolher os meus  frutos?  E
           disse: Farei isto: Destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-
           ei  maiores  e  aí  recolherei  todo  o  meu  produto  e  todos  os
           meus bens. Então direi à minha alma: Tens em depósito muitos
           bens para muitos anos:  descansa, come e bebe, e regala-te”.
           Tais  foram os propósitos  do  seu coração;  no entanto,  foi o
           “desígnio  do  Senhor”  que  prevaleceu.  O  “farei”  do  rico
   43   44   45   46   47   48   49   50   51   52   53