Page 4 - Revista escriba (primeira ediçao)
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TOMEM CUIDADO!

                  Tomem cuidado!
                  A chuva é acida, a verdade é maldita.
                  Eu sou vingativo.
                  A covardia ou a razão me faz engolir meu veneno.
                  Eu engulo, sinto estremecer todas as células.
                  Os soldadinhos de chumbo marcham para o abismo.
                   Regurgito um pouco sou camelo.
                  A razão me permite esquecer minha natureza.
                  Dou até risada dela!
                  A pedra desta vez é gigantesca.
                  Tomem cuidado!
                  Não serei amigo nem complacente.
                  A razão é indolente.
                  A indolência rege a natureza.
                  Agora! Clamo por todos os poetas, os malditos , os amorais.
                  Venham a ciranda nos chama.
                  O baseado foi aceso.
                  A roda começou. Quem agüentará?
                  A morte entrou na roda.
                  È a bela-do-toque-bendito.
                  Toda dor foi embora é o toque da heroína.
                  Meu punho é de chumbo, mas minha mão é de vidro.
                  Cada pancada gera uma amputação.
                  Cada amputação gera uma dor prazerosa.
                  A chama esta viva e corre atrás de nós.
                  Tomem cuidado!
                  Agora é a vez dos mortos!
                  Tomem cuidado!
                  Meu liquido sagrado é eficaz.
                  Pode gerar um Deus, uma Deusa, um monstro, ou um qualquer.
















                  Sergio Canarim
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