Page 367 - Fortaleza Digital
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alfândega de Osaka, viu-se tomado por uma compreensão amarga que nunca
      sentira antes. Sua religião falava de círculos, da forma como tudo na vida estava
      interconectado, mas Numataka jamais teve tempo para ser religioso.
      Os funcionários da alfândega lhe deram um envelope com formulários de
      adoção e registros de nascimento.
      - Você é o único parente vivo deste rapaz. Tivemos muito trabalho para localizá-
      lo - disseram.
      A mente de Numataka voltou-se para aquela noite chuvosa, há 32 anos, e para o
      hospital do qual saiu correndo, abandonando seu filho deformado e sua mulher
      moribunda. Fez aquilo em nome do menboku - a honra -, uma sombra vazia
      agora.
      Havia um anel dourado junto com os papéis. Nele estavam gravadas palavras
      que Numataka não compreendia. Não fazia diferença, as palavras já não tinham
      sentido algum para Numataka. Ele havia abandonado seu único filho. Agora um
      destino cruel os havia reunido pela última vez.
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