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auxiliar (…) no Centro, quebrar milho, tratava o gado
(...), no final do curso era aplicada uma prova e quem
não atingisse a média teria que retornar e fazer o curso
novamente.
Quando a senhora Bernardina ingressou na Escola, já
havia o internato feminino, como ela conta no seguinte trecho
do depoimento:
Quando eu cheguei na Escola, em 1979, nós éramos em
quatro meninas no internato. Mas, havia mais meninas
que estudavam na Escola e moravam aqui na
proximidade de Bento Gonçalves. Quando eu estava no
segundo ano se juntaram mais quatro meninas no
nosso alojamento (…) que era um quarto com quatro
beliches (…). Quando eu estava no terceiro ano nosso
alojamento mudou para o lado do Refeitório e
entraram mais meninas, aí nós estávamos em doze (…).
Pelo que eu sei, o internato durou por mais dois anos
na Escola, após isso ele foi fechado.
A egressa informou que não sabe a causa do
fechamento do Alojamento Feminino. Mas, ouvimos pelo
menos três versões diferentes sobre os motivos que levaram à
decisão de encerramento do internato para alunas.
Em uma delas, conta-se que uma estudante teria
ingressado na Escola já grávida, em 1983, sem que seus colegas
e os servidores soubessem, e que teria entrado em trabalho de
parto no Alojamento em abril daquele ano. Na segunda versão
uma das alunas teria engravidado enquanto estava no sistema
de internato. Outra história, esta narrada por uma das
protagonistas, conta que as estudantes saíram à noite, o que
não era permitido, para participarem de uma festa em uma
danceteria na cidade, e voltaram embriagadas na manhã
seguinte.
Em março de 1982 o professor Juarez Antônio Cavalli
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