Page 18 - Anuario Abrasca 19_20
P. 18
Retrospectiva Retrospective
Retomada econômica só deve ocorrer no próximo ano
Oinício de 2019 não foi animador para a economia brasileira. A instabilidade política, com a posse do novo governo e as dúvidas sobre a aprovação da Reforma da Previdência,
fundamental para equilibrar as contas públicas, levaram as principais instituições de mercado a reduzir a previsão de crescimento do PIB para este ano.
O IPEA, órgão vinculado ao governo federal, que projetou em dezembro alta de 2,7% do Produto Interno Bruto em 2019, em março reduziu para 0,8%. Já o mercado trabalha com um percentual que oscila entre 1% a 0,83%. Os dados refletem o ritmo lento da economia brasileira no último trimestre de 2018 e nos três primeiros meses deste ano. Este cenário é consequência das incertezas geradas pelo novo governo, principalmente no campo político.
Os analistas avaliam que mesmo com aprovação da Reforma da Previdência, a economia só deve ganhar força em 2020, “assim mesmo de forma gradual”.
DESEMPENHO DO PIB
No início de 2018, as estimativas do mercado apontavam que o Produto Interno Bruto fecharia o ano com crescimento de 2,8%. No entanto, a greve dos caminhoneiros e as eleições, levaram os analistas a revisarem as expectativas para pouco mais de 1%. A estimativa ficou próxima à taxa divulgada pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 1,1%, que repetiu o mesmo resultado de 2017, quando foi festejado por interromper dois anos de quedas consecutivas.
De acordo com os dados do IBGE, o melhor desempenho foi do setor de Serviços, com crescimento de 1,3%, seguido pela Indústria com 0,6%, e a Agropecuária, com apenas 0,1% depois de uma alta recorde de 13% em 2017.
Em valores correntes, o total de bens produzidos no País somou R$ 6.827,5 bilhões. A taxa de investimento ficou em 15,8%, contra 15% em 2017. A taxa de poupança subiu ligeiramente, de 14,3% para 14,5%. O PIB per capita por sua vez, apresentou alta real de 0,3%, alcançando R$ 32.747.
O pequeno crescimento na Agropecuária foi puxado pela agricultura, com destaque para o aumento da colheita de café (29,4%), algodão (28,4%), trigo (25,1%) e soja (2,5%). Na Indústria, a alta foi influenciada principalmente pelo avanço de 1,3% do setor de veículos e papel-celulose. No setor de Serviço os maiores destaques foram no segmento Imobiliário (3,1%), seguido por Comércio (2,3%) e Transporte, armazenagem e correio (2,2%).
De acordo com os dados do IBGE, o Consumo das Famílias subiu 1,9% e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) 4,1%, o primeiro resultado positivo após quatro anos de queda; o Consumo do Governo
Economic recovery should only occur next year
The start of 2019 was not encouraging for the Brazilian economy. Political instability, with the inauguration of the new government, and doubts regarding the approval of the pension reform, which is essential to balancing public accounts, have led the principal market institutions to reduce their forecasts of GDP growth for this year.
The IPEA (Institute of Applied Economic Research), an agency linked to the federal government, which in December predicted an increase of 2.7% in the Gross Domestic Product in 2019, reduced this to 0.8% in March. While the market is operating in accordance with a percentage ranging from 1% to 0.83%. The data reflect the slow growth of the Brazilian economy in the last quarter of 2018 and during the first three months of this year. This scenario is a consequence of the uncertainties created by the new government, especially in the political field.
Analysts evaluate that even with the approval of the pension reform, the economy will likely only gain strength in 2020, “and gradually so, at that”.
GDP PERFORMANCE
At the beginning of 2018, market estimates
indicated that Gross Domestic Product would close the year with growth of 2.8%. However, the truckers’ strike and the elections led analysts to revise expectations to just over 1%. This estimate is close to the rate published by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) of 1.1%, which would repeat the result of 2017, when it was heralded for interrupting two years of consecutive falls.
According to the IBGE data, the best performance was in the services sector, with growth of 1.3%, followed by industry with 0.6%, and agriculture with only 0.1% after a record high of 13% in 2017.
In current values, the value of goods produced in Brazil totaled R$6,827.5 billion. The investment rate remained at 15.8%, as opposed to 15% in 2017. The savings rate rose slightly from 14.3% to 14.5%. Per capita GDP, in turn, reported a real high of 0.3%, reaching R$32,747.
The modest growth in farming was driven by agriculture, helped specifically by increases in the coffee (29.4%), cotton (28.4%), wheat
18