Page 39 - Anuario Abrasca 19_20
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    Matéria de capa Cover story
      O Brasil não tem tempo a perder: a poderosa onda de inovações tecnológicas em curso descortina riscos de retrocessos e abre oportunidades. Se ficar paralisada, a indústria brasileira perderá substância, capacidade de gerar valor (salários, lucros, impostos) e novos serviços e empregos.
As inovações combinadas e sinérgicas oferecem janelas de oportunidade para a indústria brasileira fortalecer capacitações competitivas sustentáveis e desenvolver novas especializações. Não há nada que impeça a captura de oportunidades, salvo a nossa própria capacidade de empreender estratégias adequadas ao estágio de avanço das empresas, tendo como referências as tendências tecnológicas de fronteira e as melhores práticas competitivas. O Brasil pode e deve avançar com ambição, realismo, pragmatismo, resiliência, foco e visão de longo prazo. Para isso, é imprescindível formar-se uma sólida parceria entre Estado e setor privado e a legitimação
pela sociedade dos caminhos de futuro.
A consecução de estratégias para novas tecnologias requer: (i) priorização no mais alto nível de governo e a construção, com o setor privado, de metas com contrapartidas; (ii) investimentos substantivos na capacitação de recursos humanos; (iii) regulações e fomento pró-inovação; (iv) digitalização do Estado; e (v) ações por meio de programas orientados por desafios e sustentados por instrumentos operados de forma coordenada entre agências públicas.
Naturalmente são condições fundamentais e facilitadoras juros e câmbio competitivos; investimentos crescentes em infraestruturas e reformas institucionais (tributária, fiscal, financeira); facilidade de negócios e segurança jurídica. Porém, não se deve condicionar a execução de estratégias pró-inovação à existência dessas condições sistêmicas. As ações pró-inovação requerem persistência
mesmo durante etapas cíclicas desfavoráveis.
A direção da competitividade está estabelecida. Sempre respeitando as especificidades da concorrência, em cada mercado, a empresa competitiva é e será a empresa integrada, conectada e inteligente. O futuro constrói-se por meio de investimentos em capacitação e P&D, guiados por planos de longo prazo e implementados, dia após dia, com tenacidade.
Independentemente de carac- terísticas estruturais ou comporta- mentais das empresas, o investimento em novas tecnologias tem retorno positivo; a implementação pode ser gradual, conforme a disponibilidade de recursos e o estágio de desenvolvi- mento das organizações, mas não deve ser postergada.
As novas tecnologias abrem janelas para a indústria brasileira desenvolver competências e capturar oportunidades de competir, criar novos serviços, gerar empregos e contribuir para o aumento da qualidade de vida da população.
 the companies’ stage of development, taking as references frontier technology tendencies and the best competitive practices. Brazil can and must proceed with ambition, realism, pragmatism, resilience, focus and long-term vision. To this end, it is essential to form a solid partnership between the State and the private sector, based on the legiti- mation by society of the future paths.
The realization of strategies for new technologies requires: (i) prioritization at the highest level of government and the construction, with the private sector, of goals with counterparts; (ii) substantial investment in the training of human resources; (iii) regulations and the fostering of pro-innovation; (iv) the digitalization of the State; and (v) actions based on challenge-driven
programs supported by instruments operated in a coordinated manner between public agencies.
Clearly, the essential enabling conditions for such are competitive interest and exchange rates; increasing investments in infrastructure and insti- tutional reforms (tax, fiscal, financial); ease of doing business and legal cer- tainty. However, the implementation of pro-innovation strategies should not be conditional on the existence of these systemic conditions. Pro-innovation actions require persistence even during unfavorable cyclical stages.
The direction of competitiveness is established. Always respecting the specificities of the competition, in each market, the competitive company is and will be an integrated, connected
and intelligent company. The future is built through investments in train- ing and R&D, guided by long-term plans implemented, tenaciously, day after day.
Regardless of the structural or be- havioral characteristics of companies, the investment in new technologies has a positive return; the implementation may be gradual, depending on the availability of resources and the stage of development of the organizations, but it must not be postponed.
The new technologies open up windows for Brazilian industry to develop competencies and capture opportunities to compete, create new services, generate jobs and contribute to an increase in the quality of life of the population.
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