Page 38 - Anuario Abrasca 19_20
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Matéria de capa Cover story
digitais adequados para empresas e ecossistemas.
Para o fomento à difusão de novas tecnologias, devem-se orientar programas de serviços técnicos especializados para desafios específicos de tecnologia industrial básica, com metas de ampliação e organizados em redes e ampliar, de forma maciça e significativa, programas de apoio à gestão empresarial visando a difusão de soluções digitais adequadas ao perfil das empresas e compreendendo focos espaciais, setoriais ou temáticos, com metas e contrapartidas estabelecidas. Com relação às regulações, essas devem induzir a oferta de externalidades.
ESTRATÉGIAS NACIONAIS
Apesar das diferenças de legados e de ambições, uma comparação entre os países que têm estratégia em curso revela focos em comum, quais sejam: sustentar competitividade interna- cional, desenvolver ecossistemas de inovação, criar empregos e qualificar as pessoas, apoiar as empresas de me-
nor porte, dar atenção à qualidade de vida, à saúde e ao envelhecimento da população e zelar pela sustentabilidade ambiental. Estas estratégias de cons- trução do futuro são articuladas por visões nacionais comuns, comandadas pelas autoridades executivas máximas de cada país, apoiadas em concertação público-privada e recursos significati- vos e previsíveis.
Os Estados Unidos pretendem manter a sua liderança em CT&I e recuperar capacidade de sua manufatura. O dispêndio público e empresarial para P&D em 2018 é estimado em US$ 533 bilhões (2,7% do Produto Interno Bruto – PIB). Na China, esse dispêndio é da ordem de US$ 279 bilhões (2,3% do PIB) e tende a crescer. O plano Made in China 2025 não se encerra neste ano; é ambição do país ser superpotência mundial em 2049. A Alemanha, conhecida pela iniciativa Industrie 4.0, almeja fortalecer a hegemonia de suas indústrias mecânica e química, entre outras. O investimento alemão
em P&D, em 2017, foi estimado em US$ 105 bilhões (2,8% do PIB). Em fevereiro de 2019, em parceria com os franceses, o governo alemão, conhecido pela sua postura pró-mercado, surpreendeu no lançamento da Estratégia Nacional 2030 ao defender a construção proativa de campeãs europeias para se posicionarem contra norte- americanos e chineses.
O BRASIL DEVE CONSTRUIR O FUTURO DE SUA INDÚSTRIA
A experiência internacional mostra que a construção de estratégias públicas e privadas de inovação deve partir dos legados existentes, reconhecendo fraquezas e forças; definir visões e metas ambiciosas para tirar proveito das oportunidades e atuar com realismo e pragmatismo. Os países que pretendem ter posição de relevo em um cenário internacional multipolar e competitivo constroem proativamente seu futuro.
by public-private cooperation and significant and predictable resources.
The United States intends to main- tain its leadership in CT&I and recover its manufacturing capacity. Public and business expenditure on R&D in 2018 is estimated at US$533 billion (2.7% of Gross Domestic Product – GDP). In China, this expenditure is in the order of $279 billion (2.3% of GDP) and is predicted to grow. The plan Made in China 2025 will not conclude this year; it is the country’s ambition to be a world superpower in 2049. Germany, known for the initiative Industrie 4.0, is seeking to strengthen the hegemony of its mechanical and chemical industries, among others. German investment in R&D in 2017 was estimated at US$105 billion
(2.8% of GDP). In February 2019, in partnership with the French, the German government, known for its pro-market stance, caused a surprise with the launch of its 2030 National strategy, defending the proactive con- struction of European champions to provide opposition to the Americans and Chinese.
BRAZIL MUST BUILD THE FUTURE OF ITS INDUSTRY
International experience shows that the construction of public and private innovation strategies must be based on existing legacies, recognizing weaknesses and strengths; defining ambitious visions and goals in order to take advantage of opportunities, and acting with realism and pragma-
tism. Countries wishing to occupy a prominent position in a multi-polar and competitive international setting must build their future proactively.
Brazil has no time to lose: the pow- erful wave of unfolding technological innovations produces risks of setbacks and opens up opportunities. If it be- comes paralyzed, Brazilian industry will lose substance, the capacity to generate value (wages, profits, taxes) and new services and jobs.
The combined and synergistic in- novations offer windows of opportuni- ty for Brazilian industry to strengthen sustainable competitive capacities and to develop new specializations. There is nothing to prevent the capture of opportunities, except our own ability to develop strategies appropriate to
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