Page 8 - A ESCALA MUSICAL
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possivelmente em um outro dia de manifestação - e a estes desafortunados serão dadas oportunidades para
recuperar suas perdas.
Enfrentando estes fatos tremendamente aterradores, em que direção o homem deverá procurar e
obter, o mais rapidamente possível, o remédio almejado? É possível procurar e encontrar no passado ou
no futuro, uma indicação que, quando aplicada, consiga evitar tal situação?
A história sempre se repete. A Lemúria foi destruída por cataclismos vulcânicos quando uma
parcela de seu povo parou de progredir. A Atlântida foi destruída pela água quando seu povo mergulhou
de tal forma no mal, que se tornou insensível às instruções que lhe foram dadas por seus sábios líderes. A
Ariana ergueu-se do grande abismo e outra oportunidade foi dada à humanidade para continuar com sua
evolução. Agora, o homem está outra vez escorregando perigosamente, próximo ao final de uma descida.
Pitágoras, considerado um dos maiores videntes, dizia a seus alunos que a lira era o símbolo secreto da
estrutura humana, que o corpo dela representava a forma física, enquanto as cordas, os nervos e o músico
que a tocava, representavam o Espírito do homem. "Tocando em seus nervos", ele dizia, "o Espírito criou
uma função harmoniosa, normal, porém, a qualquer momento, pode ser facilmente modificada para a
dissonância se a natureza do homem se tornar corrompida". Nota-se aqui o aviso oculto.
Platão, grande filósofo grego e estudante dos Mistérios, desaprovou a idéia de que a música tenha
sido planejada para criar emoções alegres e agradáveis. No entanto, sustentou que ela deveria inculcar o
amor por tudo que é nobre e aversão por tudo que é mesquinho, degradante e baixo, e que nada poderia
influenciar mais fortemente o íntimo do homem do que a melodia e o ritmo. Estava tão firmemente
convencido desse fato, que não concordou com a introdução de uma nova e presumivelmente enervante
escala musical, pois acreditava que ela iria pôr em perigo o futuro de toda uma nação; que não era
possível alterar uma única nota, sem abalar os próprios alicerces do Estado. Mais tarde, Platão afirmou
que a música que enobrece a mente (melodia) é de uma categoria mais elevada do que aquela que
simplesmente apela para os sentidos. Insistiu, energicamente, que era dever supremo da Legislatura
suprimir toda música de caráter lascivo e encorajar somente a que fosse pura e dignificante. O máximo
cuidado deveria ser tomado na seleção de toda música instrumental, porque a ausência de palavras pode
tornar seu significado duvidoso, tornando difícil prever se ela exercerá uma influência benéfica ou
prejudicial sobre as pessoas. O gosto popular, quando estimulado para a parte sensual e perturbadora,
deveria ser tratado com o merecido desprezo. Temos aqui a resposta para a maneira sensível de mudar
condições indesejáveis: substituir práticas prejudiciais, as quais produzem resultados mais ou menos
calamitosos, por atividades positivas, de vibrações elevadas, que levem maiores benefícios para um maior
número de pessoas.
Evitando o "ragtime", o "jazz", o "swing", o "bebop", etc., nada da verdadeira música seria
perdida. Em seu apelo para os desejos sensuais e sentimentais - através de uma variedade excessiva das
denominadas combinações harmônicas, de sucessões dissonantes de intervalos entre notas, provenientes
da complexidade da música moderna e seus perturbadores acordes - nenhum elemento novo foi realmente
introduzido, mas simplesmente uma confusão e um excesso de elaboração dos elementos antigos. No
igualmente superenfatizado elemento musical rítmico, encontrado em certos tipos da chamada música
popular, a verdadeira experiência musical não pode descer, através da harmonia, para uma atividade de
movimento artístico, mas é forçada a baixar para rotações puramente físicas, deselegantes ao extremo.
As três divisões primárias da música - melodia, harmonia e ritmo - estão correlacionadas aos três
poderes primários de Deus: vontade, amor-sabedoria e atividade. A vontade, que inclui intelecto e razão,
unida ao amor-sabedoria, produz um modo de atividade correlacionado ao ritmo (atividade) equilibrado e
celestial de Deus, que ordenou os átomos de nosso sistema solar na matriz das várias formas preparadas
para elas pelos poderes da energia-poder-amor do Criador. Separando-se a vontade (melodia) do amor
(harmonia), e unindo-se o amor com a atividade (ritmo), os dois, sendo privados do poder dirigente da
vontade (intelecto e razão), podem produzir qualquer tipo de monstruosidades que as forças do mal
desejem formar. Descontroladas, suas atividades maléficas certamente poderão destruir, com o tempo,
uma nação. Nenhuma tentativa de revolucionar a arte da música pode produzir resultados desejados, a
menos que comece com o princípio artístico de coerência e com um equilíbrio correto dos três elementos
dos quais a música é composta: melodia, harmonia e ritmo.