Page 8 - Uma breve degustação
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I
OS PRIMEIROS PASSOS
1 CAMINHANDO PELA VIDA
Todos nós Maçons temos uma história de vida profana e uma
história de vida maçônica.
A minha história de vida profana começou no dia três de outubro
do ano de mil novecentos e quarenta e cinco, quando vi a luz pela
primeira vez, trazido das entranhas de minha mãe pelas mãos da
parteira Honorina. Tudo bem, se esse fato tivesse acontecido na
maternidade de uma cidade qualquer deste mundo de meu Deus. Mas,
não! Foi lá no beiradão desse rio Amazonas, cobiça das nações
estrangeiras! Ou melhor, foi no meio desse rio, na Ilha Grande do
Soriano, uma terra de aluvião depositada por séculos pelas “terras
caídas” desse que é o maior rio do mundo, quase em frente à
desembocadura do Rio Madeira, no município de Itacoatiara.
Naquele lugar, meus ancestrais portugueses cultivavam uma
“fazenda de cacau”, nos áureos tempos da presença dos jesuítas por
aquela região. Há pouco mais de cinquenta anos meu mundo estava
circunscrito àquela ilha no meio do rio, e tinha como limite a costa do
Itapará pela margem direita, e a costa da Conceição pela margem
esquerda.
As primeiras letras, as conheci através da minha mãe, que as
conheceu através do meu avô, português nato que se apaixonou por
uma índia que já arrastava pelas mãos um curumim de cerca de dez
anos de idade quando se conheceram, possivelmente à sombra dos
cacauais.
Quando criança, a Maçonaria era um assunto que me aterrorizava,
apesar de informações sobre Poder que ela oportunizava aos Maçons.
Exemplo disso era meu tio Carvalhinho, Maçom radicado em
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