Page 2 - Microsoft Word - Fé - Por Paulo Dantas
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III – DEUS – PAI

                  Na pregação de Jesus, Deus aparece como “Pai” (Mt. 11,25; Mc. 13,22; Lc. 10,22). Fala
                  frequentemente de “Vosso Pai”, “Teu Pai”, “vosso Pai do Céu”. Daí segue-se que se o chamamos
                  de Pai, todos somos Irmãos (MT. 6,9-14).

                  Quando Jesus fala de Deus como seu Pai, suas palavras assumem um tom especial e um sentido
                  particular e exclusivo.  Ele faz questão de que seja cumprida a vontade de seu Pai (Mt. 7,21);
                  preocupa-se com que a causa de seu Pai seja honrada (Jo. 2,16); conhece as decisões de seu Pai
                  (Mt. 15,13); deve estar naquilo que é de seu Pai (Lc. 3, 4-9); submete-se à vontade do Pai (Mt.
                  26,39); o Pai tudo lhe entregou (Mt. 11,27); deu-lhe o seu reino, para que Jesus dele pudesse
                  dispor (Lc. 22,29); o Pai o acolhe (Mt. 10,32); ouve as orações que são feitas em nome de Jesus
                  (Mt. 18,19); pede para que todos sejam perfeitos (Mt. 5,48); misericordiosos (Lc. 6,36); prontos
                  para perdoar como o Pai (Mt. 5,14).  Quer que o Pai esteja acima de tudo e que em tudo o
                  busquem (Mt. 5,16); partilha com os outros sua relação com o Pai (Mt. 11,27); o seu modo de se
                  dirigir ao Pai: Abba (Mt. 6,9).

                  Deus, senhor de tudo, é também Pai, E no conceito de Pai se acentua, sobretudo o cuidado (Mt. 6,
                  26-32); o amor que dá de todo coração (Mt. 5,45) e o perdão (Lc. 15).

                  “Na experiência de Deus como Pai trazemos à memória os benefícios recebidos da criação e
                  redenção e o quanto ele fez e faz pela criatura; consideremos como Ele habita em todas as
                  criaturas, fazendo-me templo seu; consideremos como Ele trabalha e age por minha causa em
                  todas as coisas da terra e entendemos que todos os bens e dons descem do alto e como tudo o
                  que temos e somos vem do altíssimo.” (Exercícios espirituais).

                  Enfim, Jesus fala do pai quando anuncia a ação salvívica de Deus, chegada ao reino de Deus (Mt.
                  13,43 e Lc. 12,32).

                  IV – REINO DE DEUS – a boa-nova de Jesus


                  Com a vinda de Jesus, irrompe o Reino de Deus, o tempo de salvação (Mc. 15). Jesus é a plenitude
                  da revelação: Ele fala, prega, anuncia a palavra de Deus. Os seus seguidores devem escutar essa
                  palavra e pô-la em prática. “Quem escuta minha palavra e acredita naquele que me enviou, tem a
                  vida eterna e não será julgado, mas passou da morte à vida”(Jo. 5,24). “Se alguém guardar minha
                  palavra não morrerá nunca”(Jo. 8,51). Quem não observa as palavras de Jesus será julgado por
                  essa própria palavra (Jo. 12,47). Quem ama a Jesus, guarda suas palavras (Jo. 11,22).

                  A síntese do projeto do Reino está no Sermão da Montanha (Mt. 5, 6, 7), particularmente, no
                  anúncio das Bem-aventuranças (Mt. 5, 1-12). Aqueles que querem seguir a Jesus são convidados a
                  algo mais que ouvi-lo somente. Devem estar com ele; andar com ele; comer e beber com Ele;
                  observar-lhe os gestos de dia e de noite, acompanha-lo por onde vai.  O discípulo de Jesus deve
                  aguçar bem sua vista para captar com os olhos os seus gestos, os seus comportamentos, as suas
                  ações, a fim de poder segui-lo e imita-lo. Ele é a síntese de todas as revelações anteriores.

                  Toda a vida de Jesus está centrada na revelação do Pai e no anúncio do Reino de Deus. Jesus não
                  prega apenas a criação de um estado de espírito, ou de uma postura interior ao coração do
                  homem. Para Ele, o Reino de Deus significa, sobretudo uma atuação de Deus agindo na vida
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