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educar. Desconsideramos a individu-
          alidade  de  cada  família,  de  cada  filho.
          Supervalorizamos os problemas alheios
          e nos esquecemos que estamos no mes-
          mo barco que flutua em dúvidas, erros
          e acertos.
               Para  nós  ocidentais,  a  educação
          começa aos seis anos, quando supomos
          que inicia o uso da razão e o despertar
          para o aprendizado de saberes externos
          que, acreditamos, nos levará ao sucesso
          como cidadãos. Para os orientais, prin-
          cipalmente  os hindus, a educação tem
          início já na gestação. É crença na cultu-
          ra hindu que tudo o que a mãe tiver de
          positivo repercutirá no seu feto, fortale-
          cendo-o e impregnando-o com todas as
          qualidade e valores que a família consi-
          dera como importantes. Para os gnósti-
          cos, a educação tem início já no namoro
          dos futuros pais, antes mesmo de haver
          a concepção da criança.
               Mais importante do que fórmulas
          e teorias de educação, são os exemplos
          que nós, como pais, damos cotidiana-
          mente  para  os  nossos  filhos.  Nós  pais,
          somos  os  verdadeiros  educadores,  por-
          que mais do que qualquer outro profes-
          sor, nosso objetivo maior é ajudar nossos
          filhos a atingirem o estágio de mestres
          na vida adulta. Mestres de suas próprias
          vidas. Hoje temos plena consciência que,
          o que aprendemos sobre nós mesmos e
          a  forma  como  aprendemos  a  nos  rela-
          cionar com o mundo, foi vivenciado pri-
          meiramente em nossas famílias, durante   Crianças limpando a parede
          a infância e a adolescência.
               Na escola, ao examinarmos os li-   Podemos  ajudar  nossos  filhos,   compartilhados por nossos filhos ajudam
          vros didáticos tradicionais, constatamos   em família e na escola, a despertarem   na formação de sua personalidade. Preci-
          que muitas vezes esses livros não dão   a consciência para que pensem por si   samos respeitar a individualidade e livre
          aos jovens a oportunidade de questiona-  mesmos e tenham a liberdade de discor-  arbítrio de cada um, para que a educa-
          mento ou experimentação. Percebemos   dar de forma sadia e construtiva todas as   ção aconteça através de descobertas que
          uma educação materialista que coloca os   teorias e verdades que estão surgindo e   sejam experimentadas de forma sadia. E
          nossos filhos frente a frente com muitas   muitas outras que já estão postas. Eles   nessa empreitada, nosso exemplo é fun-
          informações, regras, cálculos, fórmulas   precisam ser estimulados a perderem o   damental! Precisamos sempre nos ques-
          que devem ser decoradas em uma me-  medo para que possam ter livre iniciati-  tionar: Somos o adulto que desejamos
          mória que muitas vezes é infiel. Porém,   va, ação espontânea e criadora. Precisam   que nossos filhos se tornem? Acolhemos
          da vida que devemos viver, nada apren-  aprender a criar, a pensar e a sentir livre-  com respeito as nossas vulnerabilidades?
          dem. Discutir a educação na escola vai   mente. Precisam saber exercer controle   A vulnerabilidade determina
          ficar para outra oportunidade. Vamos fo-  sobre a quantidade e a qualidade das   nossos momentos de alegria, tristeza,
          car em preparar nossos filhos para esse   informações que querem ou devem as-  vergonha, decepção, aceitação, gratidão
          modelo posto, que, essencialmente, é o   similar. O cérebro estará disposto a assi-  e criatividade, ela é o centro da histó-
          que está ao nosso alcance, estimulan-  milar o que perceber como significante   ria familiar. A vulnerabilidade nos dá a
          do-os a deixarem de ser autômatos e a   e gratificante. Todas as situações vividas,   oportunidade de conversarmos sobre
          aprenderem a viver a vida.        os aprendizados, todos os ambientes   nossas fraquezas e, em  família, buscar


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