Page 38 - Revista Digital Smiling Stars
P. 38
Aprender
A história que tenho para contar…
Este é o relato de um trabalho, atividade ou projeto que pode-
ria ter acontecido numa qualquer escola nas aldeias perdidas
entre os montes e serras de Portugal. É o que acontece em al-
gumas casas a norte e as crianças de que falamos poderiam
ser uma neta ou um bisneto que, pela primeira vez, conhece a
aldeia e os seus costumes. Poderia… mas não é!
É um relato real de uma escola na zona de Sintra, com os hábi-
tos e costumes da capital “...como sabes, na maioria dos ca-
sos, os nossos meninos não gostam de quase nada para os lan-
ches sem ser doces. Aqui também se passava isso, queijo, tira-
vam do pão e mandavam fora, chouriço não gostavam, fiam-
bre, hoje não lhes apetecia”. Não é uma escola atípica, esta é
a realidade de muitas escolas!
“As professoras estavam a dar a maneira como se vivia nas al-
deias” e como é que se vive numa aldeia? O que se faz? Nas
aldeias vive-se a cultura e conhecimento dos antigos. Na al-
deia vive-se e aprende-se com “a mão na massa”, na massa
do pão, no leite que não vem em pacote… e quão português
é o nosso queijo, os nossos chouriços e, claro, o vinho (mas do
vinho não falamos hoje, pois é de crianças que se trata).
“ Lembrámo-nos de tentar fazer queijo fresco e chouriço de
carne aqui na escola, se bem pensámos , melhor fizemos, um
fim de semana que fui lá acima , arranjei o chicho, para por o
leite coalhado a escorrer para fazer o queijo, as tripas para en-
cher os chouriços e arranjámos uma avó que nos fumou os
chouriços.”
E pensar que por terras de alfacinhas se encontraria uma avó
que iria fumar os chouriços, e que se trocariam os manuais re-
cheados de fotografias e ilustrações sobre aldeias por tripas e
coalho.