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A população sofreu com uma das mais virulentas variações da doença.
Os índices de contaminação e mortes foram alarmantes. Em poucos dias a
maior parte dos moradores da pequena cidade e de todos os vilarejos dos
arredores caiu doente.
Nas famílias Ninan e Gatopardo, por alguma razão tão misteriosa quanto o
próprio aparecimento do mal, a violência da gripe foi muito maior do que em
qualquer outro núcleo familiar.
Em pouco menos de dois meses seis pessoas das duas famílias adoeceram e
morreram sem que qualquer dos esforços dos médicos, dos remédios ou das
orações pudessem ajudá-las.
Houve até quem duvidasse que os Ninan e os Gatopardo estivessem
contaminados com a mesma doença que se disseminara pelo resto da
população.
A desconfiança era de alguma doença muito mais perigosa e fatal, mas nunca
definitivamente reconhecida ou diagnosticada.
Circunstância que fortaleceu as crenças num mistério sinistro e ganhou fama
como uma maldição tão antiga quanto à história da fundação da própria
cidade.
Uma história entrelaçada às origens das duas famílias, que se sabia ter surgido
e prosperado num lugar em que se tocaiavam caravanas de mercadores
perdidas entre as perigosas trilhas serpenteantes entre árvores e camufladas
pelas armadilhas das brumas.
Os rumores se transformaram em certeza e preencheram os relatórios oficiais
do lugar, quando passado o surto mais violento da gripe, constatou-se que
entre os membros Ninan e Gatopardo se contavam o maior número de mortes
entre consanguíneos.