Page 25 - Celina - Uma Pérola do Universo - Maria das Graças Paiva_Neat
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As correspondências chegavam de trem, aonde vinha
embarcado um estafeta responsável pela entrega e pelo
recebimento dos envios; a propósito, os horários eram os
seguintes:
O Expresso era o trem só de passageiros às 3ª, 5ª e
sábados – 8 da manhã para Vitória (capital do Estado) e
na volta para Carangola (MG) às 17h00min;
às 2ª, 4ª, 6ª e domingos tinha o trem misto, de
passageiros e cargas, que por volta das duas da tarde se
encontravam em Celina, o da ida e o da volta.

Quando da época em que era agente dos Correios a D.
Benedita Paiva, ainda na década de 30, teve-se a idéia de
situar a Vila, para organizar as correspondências, então
em analogia com o Rio de Janeiro, deu-se os nomes das
áreas divididas pelo rio Cucuí de Rio e Niterói, era o
lado de cá e o lado de lá do rio, já que não havia nomes
de ruas, mas o que pegou mesmo foi o de Niterói, até
hoje, quando se fala na área que seria o Rio, lembra-se
“... o lado da estação” e não se cita o lado do Rio.

Um fato interessante que acontecia, após a passagem
dos trens, as pessoas ficavam em frente à janela onde
funcionavam os Correios, que era no corpo da casa da
Zizinha e ela ia cantando os nomes dos destinatários
nas correspondências, não havia a figura do carteiro.

A chegada do trem, em qualquer horário, era motivo de
curiosidade dos moradores, verem quem chegava, quem
embarcava, sempre uma novidade!
Quando se marcava uma viajem era um movimento em
casa, muitos preparativos, viajar era importante! A gente
chegava ao destino toda impregnada da fuligem do
carvão, mas era muito divertido!

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