Page 72 - Celina - Uma Pérola do Universo - Maria das Graças Paiva_Neat
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como é que é isso? Aí ele saiu de fininho, nem deu “té
logo”, esse era o Sr. Fausto, divertia, era muito querido!
Imbelsa
Naquele tempo, moça com trinta anos era considerada
moça velha, Imbelsa já tinha trinta, muito magrinha,
como espingarda, morava com os pais, prestativa,
lavava e passava roupas como ninguém, uma
prestadora doméstica; mas gostava muito de namorar,
apaixonou-se perdidamente por um forasteiro,
componente de um circo que lá ficou por várias
semanas, o namoro era diário, quando o circo foi
embora ficou a promessa do namorado de visitá-la nos
fins de semana, mas nada, ele não aparecia, Imbelsa
numa paixão profunda, resolveu se suicidar, pois bem,
foi à farmácia do Sr. Nilo Guimarães e pediu que ele lhe
vendesse um veneno, pois, queria se suicidar, não
podia viver mais sem aquele homem, o farmacêutico,
prestativo disse, olha, leva esse pó, coloca num copo
d’água, mexa bem com o dedo e beba, deita que vai
resolver o seu problema; então ela se encaminhou para
a beira do rio, próximo ao armazém do sr. Rua, porque
gostava daquele lugar e era ali que queria morrer,
tomou o pó misturado à água do rio e deitou-se com os
pés dentro d’água, assim queria morrer, com os pés
sendo banhados, era de manhã, a hora passava e nada
da morte chegar, foi ficando, sentia fome, tomava água
do rio, mais tarde, ia passando o Sr. Sinval, empregado
do Sr. Rua, viu Imbelsa ali deitada e inquieta,
perguntou, “o que você está fazendo aí?” ah, estou
suicidada, mas não morro, tomei um veneno que
comprei na farmácia e não morro e contou o porquê de
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