Page 69 - Celina - Uma Pérola do Universo - Maria das Graças Paiva_Neat
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Tromba d’água

Outra história impagável, numa época de muitas
chuvas em lugares mais distantes, ouviu-se falar de
trombas d’águas por lá, as notícias chegavam pelo
telégrafo da estação; uma senhora simpática, gostava
de conversar com todos, tinha uma berruga na língua,
costurava para fora, principalmente roupas masculinas,
estava na sua labuta, já noite alta, chuva fina, ouviu um
barulho e impressionada com as histórias das grandes
chuvas, correu prá rua gritando, era vizinha de rua do
agente da estação, senhor Mercadante, pedindo a ele
que tocasse o sino da estação para avisar a todos que
estava chegando uma tromba d’água, a confusão foi
tanta, sino tocando, gritaria, as pessoas saíam de casa
de camisolas e pijamas, crianças no colo, procurando
abrigo nos lugares mais altos da Vila para fugir da
enchente; ânimos mais calmos, aquela situação foi se
esclarecendo da seguinte maneira, o céu ficara
estrelado, um frio danado e era alarme falso, D.
Carmelita sonhou acordada com a tromba d’água!
Observação: o barulho que ela ouvira, era nada mais
nada menos do que a junção da cumeeira do telhado
que partira provocando o estalo que ela confundira com
um trovão.

Chaleira
Uma história real, dígna de gente simples, lá do início
de Celina: tinha uma casa comercial, Casa de
Ferragem, dos irmãos Rua, o caixa da venda era uma
chaleira, guardavam ali o dinheiro, distraidamente, um

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