Page 21 - O Cavaleiro da Dinamarca
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movimentos  dos  sete  planetas.  E  o  Cavaleiro  maravilhado  com  tudo


              quanto ouvia e via resolveu demorar-se algum tempo mais naquela cidade.

                  De dia percorria as ruas e as praças e visitava os conventos, os palácios,


              as bibliotecas e as igrejas. A noite ouvia as sábias conversas dos amigos

              de Averardo.

                  E passado um mês disse-lhe o banqueiro:


                  — Associa-te aos meus negócios e estabelece a tua vida em Florença.

              Há no mundo cidades mais poderosas e mais ricas, mas é aqui que existe


              a  maior  ciência.  Se  queres  estudar  Matemática  e  Geometria  fica  em

              Florença. Se queres aprender a regra do número de oiro fica em Florença.


              Se queres saber como se movem os astros no céu fica em Florença. Se

              queres compreender a escultura, a pintura, a arquitetura e a poesia fica em


              Florença.

                  Mas o Cavaleiro sorriu e respondeu:


                  — Agradeço-te o teu convite. Desde que aqui estou todos os dias me

              espanto e me maravilho com aquilo que vejo, oiço e aprendo. Mas lá longe,

              no meu país do Norte, os meus filhos, a minha mulher e os meus criados


              estão à minha espera. Quero passar com eles o próximo Natal como lhes

              prometi. Dentro de três dias terei de partir.


                  Então  Averardo  deu-lhe  uma  carta  de  recomendação  para  um  rico

              comerciante da Flandres, seu cliente e amigo.


                  E três dias depois o Cavaleiro deixou Florença.

                  Viajava agora com pressa para embarcar no porto de Génova num dos


              navios que, no princípio do Verão, sobem da Itália para Bruges, Gand e

              Antuérpia.
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