Page 218 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Os socos não param.

                  – Olha, eu sei o quanto você está brava…
                  – Você não sabe nada sobre mim, ceguinho.
                  Matt para, franze a testa.

                  – Isso não é legal, Mickey.
                  – Isso não é legal, Mickey – ela o imita com uma voz sarcástica.

                  – Eu quero ajudar…
                  – Então ajude! Faça com que Drexel seja preso. Consiga minha casa de

                volta!
                  –  Estou  tentando.  Olha…  se  faz  alguma  diferença,  eu…  coisas  estão

                acontecendo. – Ele hesita, não quer dizer muito. – Pode ser que não leve
                meses. Pode ser que não leve nem dias.
                  Os socos param. Ela pula para fora do ringue e vai em sua direção.

                  –  Como  assim?  –  ela  exige  saber.  Está  ofegante.  Ele  não  sabe  se  é  do
                exercício ou de excitação.

                  Matt  se  dá  conta  de  que  ela  não  vai  deixar  que  ele  saia  sem  dar  uma
                explicação. Idiota. Não deveria ter dito nada.

                  – Como assim? – ela repete.
                  – Eu… eu andei falando com alguém. Um jornalista. E ele tem algumas

                evidências…
                  –  Que  tipo  de  evidência?  Contra  o  proprietário?  Você  pode  prendê-lo?
                Podemos mudar de volta…

                  – Espere, espere. – Matt ergue as mãos, imaginando o quanto pode contar
                a ela.

                  – Ei! – ela grita. – Já vi esse olhar. Eu te conheço, Matt Murdock! Me
                conta agora.

                  – Eu…
                  – Agora! Eu mereço saber o que está acontecendo.

                  Matt suspira. Ela está certa. Merece saber.
                  Então ele conta a ela o que descobriram – tudo. As mortes, o pen drive, o
                leilão.  Uma  parte  dele  acha  que  está  sendo  estupidamente  irresponsável,

                mas a outra parte discorda. É a vida dela. Seu lar. Sua família. Ninguém tem
                o direito de decidir o que ela deve ou não deve saber a respeito.
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