Page 223 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Mas, finalmente, Matt sente a luz se fechando ao redor dele. Inclina-se
para trás na velha cadeira e se espreguiça.
– Que horas são?
– Cinco – diz Ben, tentando conter um bocejo.
– Certo. Vamos lá.
• • • •
O céu está cinza-escuro quando saem da cabine, as nuvens pesadas e
baixas. Alguns flocos de neve volumosos caem do céu. Isso é bom.
Significa que seus rastros serão cobertos.
Mantém um passo firme, mas cuidadoso. O ar gelado queima as narinas de
Matt, congela seu rosto enquanto atravessam as árvores. Ele deixa que Ben
vá na frente, a mão de Matt pousa sobre seu ombro embora não precise ser
guiado. Ele apenas faz isso para evitar perguntas.
Conforme se aproximam das construções, Ben se vira para dizer alguma
coisa, mas Matt rapidamente ergue a mão para detê-lo.
– O quê? – sussurra Ben.
– Posso ouvir algo. – Matt aponta para a lateral, e Ben se vira lentamente.
Segundos depois um guarda aparece, caminhando em um passo
descontraído atravessando as árvores. Não está a mais de cinco metros
deles, vestindo um casaco de inverno grosso e um chapéu.
O guarda puxa um pequeno cantil prateado e dá um longo gole. Estala os
lábios, coloca a tampa de volta no cantil e, com satisfação, sopra uma
nuvem de respiração no meio do ar congelante. Ele começa a andar
novamente – seguindo na direção deles. Matt se agacha, enfia as mãos
embaixo da neve e puxa uma pedra. Ele se ergue e a joga para o outro lado.
Tunc.
O guarda vira, olhando para as árvores à esquerda. E então se enfia mais
para o meio das árvores.
Depois que ele desaparece, Matt sussurra para Ben.
– Pise apenas nas pegadas dele.
Matt segue Ben enquanto ele caminha sobre as pegadas do guarda, as
quais os levam até uma parte de folhagem pesada. O primeiro dos antigos