Page 224 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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prédios surge diante de seus olhos – uma estrutura enorme de pedra que a

                natureza  já  dominou  quase  que  totalmente.  Matt  pode  sentir  as  ruínas
                decadentes, as bordas retas se tornando onduladas por conta do crescimento
                da  natureza.  Galhos  de  hera  se  retorcendo  por  entre  os  tijolos  e  janelas,

                enfiando-se  lentamente  em  cada  parte.  Pequenas  árvores  crescendo  nas
                valas. Anos de folhas caídas formando um carpete úmido de plantas mortas,

                empilhadas contra as paredes.
                  Param contra a parede do prédio seguinte. Tijolos vermelhos, uma imensa

                chaminé saltando do topo.
                  – Que horas são? – pergunta.

                  – Vinte para as seis.
                  Matt  assente.  O  leilão  vai  acontecer  no  próprio  hospital.  Uma  estrada
                principal atravessa o centro da ilha diretamente até as portas, mas haverá

                guardas vigiando quem se aproxima. Matt e Ben vão ter de dar uma volta
                maior,  atravessando  os  prédios.  Passam  pelos  dormitórios  da  enfermaria,

                pelos escritórios e finalmente chegam até a parte detrás do hospital. Matt
                atravessa  os  arbustos  grossos,  quase  sem  fazer  nenhum  ruído.  Mas  Ben

                tropeça  e  murmura  atrás  dele,  quebrando  galhos  e  sacudindo  quase  todo
                galho pelo qual passa.

                  – Silêncio!
                  – Como diabos você faz isso? – reclama Ben. – Quer saber? Eu acho que
                você não é cego coisa nenhuma. Acho que é um truque.

                  Matt  se  vira  e  tira  os  óculos  escuros,  deixando  que  Ben  veja  direitinho
                seus olhos destruídos.

                  – Na verdade eu estava brincando – Ben diz.
                  Matt recoloca os óculos.

                  – Está pronto para entrar?
                  Ben respira fundo e então procura o celular e o coloca para gravar.

                  – Pronto.
                  Eles entram por uma janela, caem em uma sala coberta por livros em preto
                e branco, a umidade arrancou toda a cor deles. Matt espera na entrada vazia,

                ouvindo:  passos  à  esquerda,  bem  dentro  do  prédio.  E  o  eco  de  vozes
                distantes.
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