Page 226 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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para baixo, gravando tudo o que acontece abaixo deles. E então desliza de
volta para Matt, fora de vista daqueles que estão embaixo.
– Senhoras e senhores – diz uma voz familiar. – Obrigado a todos por
terem vindo.
Clay, pensa Matt.
As outras vozes morrem.
– Eu peço desculpas por todo esse teatro. Mas espero sinceramente que,
quando terminarmos aqui, todos vocês concordem que valeu a pena.
Matt faz um sinal para Ben, e eles deslizam para a frente a fim de que
possam ver por sobre a sacada. Os sentidos de Matt mostram a posição de
todos lá embaixo: a enorme sala redonda; as portas duplas levando para
fora; as janelas; o grupo de pessoas todas voltadas para Clay, parado em
cima de uma velha mesa de recepção.
– Chamei vocês aqui porque tenho um item muito importante que quero
vender. Um presente antecipado de Natal para a oferta certa.
– Vai logo com isso! – grita alguém do grupo.
Murmúrios de concordância.
– Você sabe a dificuldade que foi chegar aqui? – grita outro.
– Eu sei, eu sei. Mas, acredite em mim, foi para a proteção de vocês.
Quando a notícia do que vai ser vendido hoje se espalhar… bem… vamos
dizer que as autoridades de Nova York ficarão muito interessadas, e eles
têm acesso ao sistema de câmeras de segurança da cidade. Aqui, as únicas
testemunhas que temos são os estúpidos pássaros. Aliás, sintam-se livres
para brincar de tiro ao alvo com eles na saída. Considerem um brinde.
Sally? Você faria as honras?
Uma garota surge de uma porta vindo na direção da área da recepção. É
acompanhada por um jovem alto e magro. Matt se dá conta de que são os
dois que falavam com Clay no estacionamento. Sally e Sylvio. Sally entrega
alguma coisa para Clay.
– O pen drive – sussurra Ben.
Matt assente, enquanto Clay salta da mesa e insere o pen drive em um
notebook sobre a mesa. Uma luz pisca até ganhar vida em uma das paredes
do fundo. Um projetor de algum tipo. Toda a sala fica tensa de antecipação.