Page 231 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Ela  os  ouve  chegando  e  se  certifica  de  que  está  bem  escondida,  só  se

                aproximando  quando  acha  que  o  leilão  havia  começado.  Espera  em  um
                corredor que dá acesso ao saguão de entrada, ouvindo.
                  Está se sentindo muito bem consigo mesma. Ela conseguiu chegar à ilha.

                Ficou fora de vista. Está bem perto para o caso de Matt ficar encrencado. E
                mais, é uma testemunha do leilão, o que significa que poderá testemunha se

                Matt precisar dela. É isso aí, Mickey.
                  É  só  quando  começa  o  tiroteio  que  Mickey  passa  a  ver  que  Matt  tinha

                razão.
                  Ela  se  esconde  na  curva  de  um  corredor,  as  mãos  sobre  as  orelhas

                enquanto as balas voam. Mesmo assim, não consegue bloquear os sons do
                caos. Os gritos, os disparos, as explosões.
                  E  então  o  barulho  desaparece.  Hesitante,  ela  move  as  mãos  e  espia

                cuidadosamente o corredor ao seu lado, os olhos bem abertos.
                  Ela ouve os gritos começarem novamente – agora mais distantes, como se

                viessem de muito longe, mas não. É apenas o zumbido em seu ouvido que
                dá essa impressão. Vê corpos por todos os lugares. Sobre uma mesa bem no

                fim do corredor há um homem caído.
                  E embaixo dele, quase dentro do corredor, o notebook usado para mostrar

                a filmagem – o pen drive ainda na entrada USB.
                  Ela olha para ele. A única coisa que trará seu lar de volta.
                  Ela pode pegá-lo.

                  Ela pode pegar o pen drive e correr de volta pelo corredor, encontrar outra
                saída.

                  Mickey morde os lábios. Onde diabos está Matt no meio de tudo isso? Ela
                realmente espera que ele não tenha levado um tiro.

                  – Já foi todo mundo? – diz uma voz distante. Ela acha que vem de fora do
                hospital.

                  – Acho que sim.
                  – Todos mortos?
                  – Bem, parece que todos têm buracos de bala.

                  Risadas, o som de pés raspando na grama. Não há tempo. Mickey se lança
                para a frente de joelhos, estende a mão para pegar o pen drive…
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