Page 227 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Matt pode ouvir o aumento das batidas cardíacas, o formigamento do suor,

                o nervosismo, a excitação.
                  –  Eles  colocaram  o  pen  drive  em  um  notebook  –  sussurra  Ben.  –  É  o
                vídeo. Gravado no… parece ser o apartamento onde Eddie Boyd ameaçou

                Clay. Onde você me salvou.
                  Matt assente.

                  – Há uma garota na cama. Ela parece ter sido drogada. Um cara aparece.
                Ele está com uma máscara de couro. Não dá para ver o rosto. Está subindo

                na cama, engatinhando até a mulher.
                  Ben para de falar, mas Matt pode ouvir o aumento de sua respiração, sua

                frequência cardíaca atingindo seu pico, aflito.
                  – O quê?
                  – Ele… o cara. Ele está… eles estão… é violento.

                  Mais silêncio.
                  – Ben?

                  – Ele parou. Ele está… pegando uma seringa. Injetando-a no braço dela.
                Mas… há algo errado. A mulher está tendo um ataque ou algo do tipo. Há

                espuma saindo da boca dela.
                  – O que o cara está fazendo? – sussurra Matt.

                  –  Observando-a.  Ele  está  pirando,  olhando  ao  redor.  A  câmera  está
                tremendo… acho que o cameraman está pirando também. Ah… meu Deus.
                  – O quê?

                  – Ela parou de se mexer. E o cara de máscara está verificando o pulso
                dela. Eu… acho que ela está morta. O cara está falando com alguém fora de

                cena. Agora ele está andando para fora da câmera.
                  Matt ouve uma série de respirações sendo contidas.

                  – O que é isso? – sussurra.
                  – O cara. Ele… ele tirou a máscara antes de sair da frente da câmera.

                  – E?
                  – É Eddie Boyd.
                  Clay pausa o vídeo naquele exato momento.

                  Um segundo de silêncio, e então o caos irrompe. Lances são gritados para
                Clay por todos os lados. Cem mil. Duzentos. Trezentos. Meio milhão!
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