Page 250 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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– Não, não é.
Matt tira o cachecol, deixa Larks ver seus olhos arruinados. Matt pode
sentir a confusão emanando do corpo dele.
– Como é que você sobreviveu ao armazém se é cego?
– Acho que tenho sorte. Não vou pedir de novo, Larks. Solte-a.
– Você é interessante – diz Larks – Na minha linha de trabalho… eu nunca
consigo achar muita gente genuinamente interessante.
– Sua linha de trabalho é matar.
– Eu não colocaria assim, de modo tão grosseiro. Eu resolvo problemas.
Para um homem muito poderoso. Alguém com visão.
– O Rei do Crime?
Matt sente a incerteza.
– Quem te contou isso? – Larks pergunta.
– Tenho meus modos. Vai ser muito interessante quando esse pen drive
cair nas mãos certas. O Vereador Boyd vai cair. Assim como o filho. Aposto
que seu chefe deve estar um pouco preocupado com isso.
– O Rei do Crime não está preocupado com nada.
– Não? – diz Matt suavemente. – Então ele não é tão esperto quanto você
parece acreditar. Porque ele deveria estar muito preocupado comigo.
Larks ergue a arma, aponta para Matt.
– Eu nem sequer gosto de armas – ele comenta, quase para si mesmo. –
Meu velho, ele era um pescador. E me deu isso – ele diz, apontando para a
faca. – Uma coisinha adorável. Significa que você tem que chegar perto se
quiser matar. Tem que olhar nos olhos.
Matt espera. Mickey está olhando para ele. A garota abre a boca para dizer
algo, mas Matt balança a cabeça de modo quase imperceptível e ela para.
Matt sutilmente faz um gesto para a direita, esperando que Mickey entenda
o recado.
Larks está olhando fixamente para os olhos danificados de Matt.
– O que eu verei por trás de seus olhos quando você morrer?
Matt aguarda, sua atenção em Mickey. Sente os músculos dela tensos, as
batidas cardíacas aceleram…
… E ela se move, mergulhando da cadeira para sua esquerda.