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Mulheres
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Cultura & Arte
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“Izaht” e “Yerma”.
Francisco Mignone (1897/1986) com a ópera
As óperas são eternas “O Contratador de Diamantes” e “O Inocente”.
Mozart Camargo Guarnieri (1907/1993) com
Os temas utilizados foram e continuaram
“Pedro Malazarte” e “Um Homem Só”.
sendo até hoje em sua maioria, heróis da história
Criadas há mais de 500 anos as óperas vem se adaptando universal e personagens da mitologia grega e romana. Os
ao longo dos séculos para não se extinguirem recordistas de nome de óperas são - “Artaserse”,
“Demofonte” e “Didone” usados, cada um, por mais de
cinqüenta compositores.
A expansão da ópera teve alguns obstáculos
como a proibição da participação das mulheres no
Adelaide 1 - Rossini
elenco, em países de predominância da religião católica,
Por Gilberto de Andrade Rezende
Por Gilberto de Andrade Rezende
durando cerca de 300 anos, onde os papéis femininos
foram profundas.
Empresário e folclorista foram substituídos pelos “castratis”.
O “Intermezzo” utilizado para servir de entre
Assim como os nomes de grandes
atos, para minimizar a duração de até quatro horas de
compositores estão na galeria da história da música,
apresentação de uma ópera séria acabou ganhando vida
interpretes também marcaram sua presença como Maria
própria, hoje conhecida como ópera bufa.
Callas, Joan Sutherland, Tito Schipa, Caruso, Beniamino
O compositor alemão Gluck, além de ser
Gigli e Pavarotti no passado e ainda nos grandes palcos
admirado pelas suas magníficas obras, entre elas “Orfeo
internacionais os nomes de Plácido Domingos e José
e Euridice” foi um dos principais responsáveis neste
Carreras.
período pelas modificações ocorridas nas óperas,
Ópera é a mais perfeita manifestação cultural
limpando as apresentações de quadros desnecessários e
existente, pois ela compreende toda uma série de
simplificando os infindáveis floreios dos intérpretes.
elementos como figurinos, cenários, orquestras,
Os maiores compositores deste período que
intérpretes que tem que ser cantores e atores, grandes
até hoje são levados em cena são além de Gluck, Mozart,
corais e por último, uma história cativante de tragédias
Haydn, da Austria, Cimarosa, Paisiello, Cherubinni,
ou de situações do cotidiano.
Sopontini, da Itália, Boieldieu, Meyerbeer e Auber, da
Como estas apresentações são reflexos de
França, Balfe da Inglaterra e Simon Mayr, alemão que
nossa própria vida, a ópera torna-se imortal como são
compôs no estilo italiano.
hoje os grandes compositores e os inesquecíveis
O período romântico viu florescer um número
interpretes que garantirão no futuro a comemoração de
menor de compositores, mas que conquistou
um milênio da primeira ópera apresentada que por sinal,
completamente as platéias do mundo, inclusive as do
é uma história de amor.
Brasil.
Nomes como Verdi, Rossini, Donizetti,
Bellini, Puccini, na Itália, Wagner na Alemanha e Bizet,
Gnoud, Ravel, Debussy, Massenet, na França são
compositores obrigatórios dos repertórios das
Companhias européias.
Aida - Giuseppe Verdi
No Brasil destacaram-se Antonio José da Silva
s primeiras óperas de que se tem registro foram seguidos com pequenas variações por todos os (1704/1739), libretista da ópera “As Variedades de
remontam ao ano de 1600, na Itália, compositores da França, Alemanha, Inglaterra e Itália Proteu”, música de Antônio Teixeira.
apresentadas inicialmente por Emilio D' durante o período barroco (1600/1750). Antônio Carlos Gomes (1836/1896), com as
ACavalieri (1550/1602), seguido por Jacopo Destacam-se neste período os nomes de obras o Guarany, Fosca, Salvador Rosa, o Escravo e o
Peri sob o estimulo de Ferdinando de Medici, em Cavalli, Jacopo Peri, Vivaldi e Pergolesi na Itália, Lully Condor.
Florença. na França e Handel e Henry Purcell na Inglaterra. Alberto Nepomuceno (1864/1920) com as
Cláudio Monteverdi que lançou a “Lenda de No período clássico (1750/1820), já contando óperas Artemis e Abul.
Orfeu” em 1607, criou novos caminhos para a ópera que então com milhares de composições, as transformações Heitor Vila Lobos (1887/1959) com as obras Clipe da Ópera Magdalena de Heitor Villa Lobos
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