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Mulheres
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 Vida de sonhos,





 lutas e conquistas








 As mulheres negras contam suas histórias







 publicar um diário. Para uma escritora que viveu rotulada
 Por Ângela Martins Dib Rezende
 Por Ângela Martins Dib Rezende              MÃE ANA - Mãe Ana tem um terno de congo com o nome
 como “mulher, negra e favelada”, mãe solteira sem muita   de pavão dourado africano. “Pavão dourado africano é
 Assessora de novos projetos da Prefeitura Municipal de   escolaridade, que tinha nos lixões do entorno da favela do   uma entidade, como a encantaria é um rei encantado
 Uberaba  e Presidente do Lions Club de Uberaba Centro  em pavão, nós trabalhamos com encantaria.” A casa de
 Canindé os meios de sustentar a família e a base de sua
                                             dona Ana conta também com o centro de tambor de
 produção  literária,  Carolina  teve  uma  trajetória   mina, com o grupo de dança tambor de crioula e com o
 ulheres negras uberabenses, que ajudam a   excepcional.  DONA  VENTUROSA  –  Dona  Venturosa  se  encontra   grupo de bumba-meu-boi.   GUIOMAR BASÍLIO – Ou, como é conhecida por todos,
 escrever a história de nossa cidade, com      Em  Uberaba,  a  exemplo  de  Carolina,  as   acamada por 8 anos, e infelizmente não pode estar   tia Duó - participou de várias iniciativas encabeçadas
        presente. uma mulher guerreira e vitoriosa”, viúva, que
 muita  luta  e  superação,  receberam  a   agraciadas  conquistaram  seu  espaço  seja  na   com seus 82 anos, compartilha uma linda história de   pelos pais e alguns amigos, para construir uma parte da
                                                                                   história das mulheres e dos homens negros da cidade.
 Mmedalha  “CAROLINA  MARIA  DE   religiosidade, no trabalho social, seja na comunicação ou   vida com muita determinação, garra e liderança.
 JESUS”, que foi exemplo de mulher negra que não se   educação, por meio de muito trabalho e determinação,
 deixou abalar pelo sistema e conquistou seu maior desejo:   superando preconceitos e discriminação.
































 MÃE MARLENE - Quem não chega à religião pelo amor   SANDRA HELENA – Funcionária pública na Secretaria
 chega pela dor, e foi assim que dona Marlene chegou ao   de Educação do município de Uberaba, onde trabalha
 candomblé, escolhida por seu pai Ogum. Mãe Marlene   como secretária executiva. ao longo da sua trajetória fez
 foi a mulher que iniciou os trabalhos do candomblé em   MÃE BIA - É Yalorixá do Centro Àáfim Oxumaré, este um   o curso de pedagogia, e depois cursou a faculdade de
 Uberaba há mais de 30 anos.                                                      ELVIA MORAES - Jornalista por profissão procura fazer
 TIA LUZIA - A família de dona Luzia é conhecida em toda   DONA  MARIA  –  Oferes  da  companhia  batalhão  do   dos centros de candomblé mais conhecido da cidade. é   direito. em breve lançará o livro com o título: “vida de   um trabalho que visa melhorar a qualidade de vida das
 sociedade  uberabense,  pois  o  seu  avô  teve  um  dos   oriente, faz parte de uma das maiores festas de nossa   formada em gestão pública e está terminando o curso   secretária”.   pessoas,  trabalhando  com  o  social,  emocional,  as
 primeiros ternos de congo da cidade de Uberaba, no   cidade. E aqui Dona Maria representa toda a nossa folia   de enfermagem, possui duas pós-graduações. é atual   carências e as oportunidades.
 qual mantém as tradições até os dias de hoje.  de reis.  presidente do Conselho Municipal de Saúde.

                                                                                        Revista Mulheres - Dezembro 2015 - 53
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