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Lorenna diz que ser mãe solo trans-
forma aquela mulher criada como “sexo
frágil” em uma “guerreira amazona”, ca-
paz de superar todas as adversidades im-
postas – que não são poucas. “Se a ma-
ternidade tradicional é uma corrida de
revezamento, a maternidade solo é como
estar em um desafio de triatlo, seguido
de uma competição de crossfit, isso sem
intervalos”, compara a professora de in-
glês, que nunca sofreu preconceito, mas
sempre esperou um pouco mais de em-
patia e sororidade. “Precisamos arran-
car pela raiz esse mito de que criar um
filho em carreira solo é uma “consequ-
ência” negativa de uma relação que não
deu certo, mas sim, o resultado positivo
da sua plenitude como mulher”, afirma.
No caso dela, a própria mãe foi a maior
apoiadora, que também foi mãe solteira.
Lorenna Melo Silva Assumir, de forma exclusiva, todas
as responsabilidades, tanto financeiras
quanto afetivas na criação de um filho
não é tarefa fácil. “Estar sozinha pare-
ce assustador, principalmente quando
Dentro deste contexto, o protagonismo da mãe sol- entramos nas questões financeiras que
teira tornou-se tornou um exemplo de luta, dedicação normalmente são apavorantes, pois criar
e de grande admiração. um filho com o mínimo de dignidade é
A professora de Inglês, Lorenna Melo Silva é mãe caríssimo”, avalia a mãe. Mas não é im-
de Antony e de Luísa, de seis e quatro anos de idade, possível. De acordo com Lorenna, os mo-
respectivamente. A experiência como mãe lhe trouxe mentos angustiantes sempre vão existir.
maturidade. O primeiro filho, Antony, nasceu prema- Nesta hora, a mãe solo precisa estrutu-
turo. Como mãe de primeira viagem, foi difícil ter que rar sua força como mãe e seus objetivos
processar tantos acontecimentos. Ir embora do hospi- como mulher. Foco e planejamento são
tal sem o filho nos braços, que ficou 23 dias internado, as chaves do sucesso e principalmente, o
foi uma experiência marcante. Foi quando ela desco- desapego da tradicional romantização da
briu uma força que até então não sabia que existia. mãe perfeita. Ela não existe. A professo-
“Ali, eu descobri a força de uma mãe. E quando meu ra reconhece que os momentos de união
filho recebeu alta, posso te dizer que foi a maior emo- do pai são definitivos para o desenvol-
ção, pois finalmente sairia do hospital com o meu filho vimento dos filhos. Para uma criança, a
nos braços”, lembra com muita emoção. presença da figura paterna aconselha-
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