Page 51 - REVISTA MULHER EDIÇÃO 27
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Lorenna diz que ser mãe solo trans-
                                                                           forma aquela mulher criada como “sexo
                                                                           frágil” em uma “guerreira amazona”, ca-
                                                                           paz de superar todas as adversidades im-
                                                                           postas – que não são poucas. “Se a ma-
                                                                           ternidade tradicional é uma corrida de
                                                                           revezamento, a maternidade solo é como
                                                                           estar em um desafio de triatlo, seguido
                                                                           de uma competição de crossfit, isso sem
                                                                           intervalos”, compara a professora de in-
                                                                           glês, que nunca sofreu preconceito, mas
                                                                           sempre esperou um pouco mais de em-
                                                                           patia e sororidade.  “Precisamos arran-
                                                                           car pela raiz esse mito de que criar um
                                                                           filho em carreira solo é uma “consequ-
                                                                           ência” negativa de uma relação que não
                                                                           deu certo, mas sim, o resultado positivo
                                                                           da sua plenitude como mulher”, afirma.
                                                                           No caso dela, a própria mãe foi a maior
                                                                           apoiadora, que também foi mãe solteira.
               Lorenna Melo Silva                                             Assumir, de forma exclusiva, todas
                                                                           as  responsabilidades,  tanto  financeiras
                                                                           quanto  afetivas  na  criação  de  um  filho
                                                                           não é tarefa fácil. “Estar sozinha pare-
                                                                           ce assustador, principalmente quando
                        Dentro deste contexto, o protagonismo da mãe sol-  entramos  nas  questões  financeiras  que
                     teira tornou-se tornou um exemplo de luta, dedicação   normalmente são apavorantes, pois criar
                     e de grande admiração.                                um filho com o mínimo de dignidade é
                        A professora de Inglês, Lorenna Melo Silva é mãe   caríssimo”, avalia a mãe. Mas não é im-
                     de Antony e de Luísa, de seis e quatro anos de idade,   possível. De acordo com Lorenna, os mo-
                     respectivamente. A experiência como mãe lhe trouxe    mentos angustiantes sempre vão existir.
                     maturidade. O primeiro filho, Antony, nasceu prema-   Nesta hora, a mãe solo precisa estrutu-
                     turo. Como mãe de primeira viagem, foi difícil ter que   rar sua força como mãe e seus objetivos
                     processar tantos acontecimentos. Ir embora do hospi-  como mulher. Foco e planejamento são
                     tal sem o filho nos braços, que ficou 23 dias internado,   as chaves do sucesso e principalmente, o
                     foi uma experiência marcante. Foi quando ela desco-   desapego da tradicional romantização da
                     briu uma força que até então não sabia que existia.   mãe perfeita. Ela não existe. A professo-
                     “Ali, eu descobri a força de uma mãe. E quando meu    ra reconhece que os momentos de união
                     filho recebeu alta, posso te dizer que foi a maior emo-  do  pai  são  definitivos  para  o  desenvol-
                     ção, pois finalmente sairia do hospital com o meu filho   vimento dos filhos. Para uma criança, a
                     nos braços”, lembra com muita emoção.                 presença  da  figura  paterna  aconselha-



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