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Cleonice Aparecida Silveira - Arquivo pessoal


               em Lajes, no Rio Grande do Norte, em 1928, cujo governo ficou marcado
               pela construção de escolas e obras de infraestrutura, como estradas que li-
               gavam a sede do município aos distritos;Antonieta de Barros (1901-1952),
               primeira deputada negra do Brasil, ativa defensora de uma educação de
               qualidade para todos e pelo reconhecimento da cultura negra.
                  Nas causas socioambientais, Maria do Socorro da Silva é uma legítima
               representante das mulheres do campo e luta pela preservação do meio
               ambiente ao lado de comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. A
               brasileira é uma líder comunitária que reside no estado do Pará, uma das
               regiões mais letais para ambientalistas no Brasil. Sua luta pela conserva-
               ção da Amazônia e pelos direitos das comunidades locais, se faz em múlti-
               plas causas: contra a Hydro Alunorte, refinaria norueguesa em Barcarena;
               contra a Albras, maior fábrica de alumínio do país (ambas já multadas por
               vazamentos de rejeitos nas regiões onde estão localizadas, precarizando o
               ecossistema e as populações próximas); contra políticos e investidores que
               por vezes fazem uso da grilagem, expulsando pequenos agricultores e co-
               munidades locais de suas terras em favor do agronegócio e dos latifúndios
                                   3
               (THE GUARDIAN, 2018) .
                  A representatividade da mulher do campo é algo que precisa ser visto
               com mais atenção no Brasil e no mundo. Urge mudar as estatísticas que
               revelam sinais de violência no protagonismo que busca diálogo e equi-
               dade social. A defesa do meio ambiente não se faz pelo uso da força e
               ameaças que almejam o silêncio de comunidades inteiras. “Uma voz de ad-
               vertência ao telefone, uma invasão doméstica, um soco no rosto, um cano
               de pistola cutucado contra o ouvido”. É assim que a intimidação de Maria
               do Socorro, e de tantas outras Marias que estão espalhadas pelo mundo,
               acontece. Isso tiraria o sossego de qualquer pessoa. “Elas” poderiam estar
               apavoradas, mas seguem firmes nos seus objetivos e vêm logrando êxitos
               na defesa do seu povo e do meio ambiente. Já houve avanços significativos,
               mas elas e cada um de nós ainda temos um longo caminho a percorrer.


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