Page 22 - REVISTA BOAS RAZÕES ED 06
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BR    CULINÁRIA




             FEIJOADA COMPLETA


           Por Rosa Maria Justi
           Nutricionista e Chef de Cozinha
           Especialista em Gestão na Segurança dos Alimentos e especialista em Cozinha
           Nacional e Internacional. Diretora da Pháros Soluções para Negócios de
           Alimentação e Nutrição, empresa de consultoria para restaurantes


          INGREDIENTES:                                    300 g de linguiça paio em rodelas médias
          1 kg de feijão preto                             300 g de linguiça calabresa em rodelas médias
          200 g de bacon em cubos médios                   300g de costelinha suína defumada cortadas
          300 g de pé de porco salgado cortados em pedaços  300 g de linguiça Toscana cortadas em pedaços
          pequenos                                         (cada gomo cortar em três)
          300 g de rabo de porco salgado cortados em  300 g de coxão duro cortado em cubos médios
          pedaços pequenos                                 50 g de alho batido
          300 g de costelinha salgada                      10 g de folha de louro
          300 g de charque em cubos médios                 1 laranja cortada em cruz


                                                MODO DE PREPARO:
          Catar as impurezas do feijão e lavar sob água corrente.   Levar ao fogo (não escorrer a água do remolho) a panela
          Reservar.                                        com todas as carnes.
          Sob água corrente, lavar as carnes salgadas (para tirar   Juntar a laranja e a folha de louro.
          o excesso de sal).                               Cozinhar em fogo médio por duas horas.
          Em uma panela colocar as carnes salgadas e cobrir com água;  Em uma panela colocar o bacon e a linguiça Toscana
          Levar ao fogo e deixar ferver por alguns minutos.  Escorrer.  e deixar dourar levemente.
          Repetir este processo até retirar bem o sal (2 ou 3 x).   Escorrer a gordura e dispor o bacon e a linguiça na
          Em uma panela grande colocar as carnes dessalgadas,   panela das carnes.
          a linguiça paio e a calabresa e a costelinha defumada   Na mesma frigideira juntar o alho batido e refogar.
          e o coxão duro.                                  Distribuir na feijoada.
          Sobre as carnes distribuir o feijão preto já lavado.   Continuar cozinhando até o feijão ficar macio.
          Cobrir com água e deixar em geladeira por pelo menos   Destampar a panela e continuar cozinhando. Assim o
          seis horas (ou uma noite – este processo ajudará a *tingir   caldo vai engrossar.
          as carnes com a cor do feijão).                  Ajustar o tempero.
                     ** Servir acompanhado de arroz branco, couve bem fininha, farofa e fatias de laranja.


                                           BREVE HISTÓRIA DA FEIJOADA
            Muito se tem dito sobre a origem da feijoada e não há um consenso, mas o que se sabe é que esse
          tipo de prato no qual se misturam vários tipos de carnes, legumes e verduras, não é invenção do Brasil,
          ele é milenar e remonta possivelmente à época do Império Romano, segundo o historiador Câmara
          Cascudo. Pratos similares são encontrados em vários países como o cozido, em Portugual ou o cassoulet
          (feito com feijão branco) na França. A junção dos dois estariam, também, na origem do prato brasileiro.
            Mas, o que não se pode negar, é que a feijoada tem suas especificidades da culinária brasileira, como o
          feijão preto, originário da América do Sul chamado pelos guaranis de comanda, comaná ou cumanáe e a
          farinha de mandioca, conhecida dos nativos brasileiros bem antes do descobrimento. A versão de que ela
          teria nascido nas senzalas brasileiras foi questionada por Câmara Cascudo já que boa parte dos africanos
          trazidos para o Brasil eram de origem islâmica e o consumo da carne de porco é proibido pela religião.
            O prato como o conhecemos seria uma combinação criada apenas no século XIX em restaurantes
          frequentados pela elite escravocrata do Brasil. Sua difusão teria se dado em hotéis e pensões, princi-
          palmente, a partir do Rio de Janeiro.                                                            Fonte: www.brasilescola.uol.com.br
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