Page 77 - A REFLEXÃO 2000 A 2020

boca e sim com os olhos.
Se pararmos e observarmos com cuidado as pessoas ao nosso
redor, encontraremos homens e mulheres à procura de parceiros,
amigos ou companheiros, e qual seria a razão desta busca, às vezes,
desesperada por companhia ou relacionamento? O medo da solidão,
a necessidade de sexo ou apenas de alguém para nos fazer
companhia? Uma resposta clara e real talvez nunca apareça, não
conseguimos ainda ser verdadeiros o suficiente, uns com os outros,
para dizer o que realmente motiva alguém estar com alguém (o
motivo real da escolha). Porém, de um fato não podemos fugir, todo
Ser procurará outro Ser.
Quando escolhemos uma pessoa para nos relacionarmos
intimamente, somos impelidos por nossos sentimentos: o amor, a
paixão e, infelizmente, o medo. Mesmo que não saibamos o porquê,
ele estará presente em nosso Ser, principalmente na hora da escolha
(para que e o porquê da escolha talvez não sejam conhecidos nem
pela pessoa que está escolhendo), esse fato se dá por falta de
questionamentos íntimos, sua motivação está baseada em seus
sentimentos imediatos. Entretanto, você sabe o que é amor, paixão,
gostar, ou você é daqueles que só falam que acham: “acho que sim,
acho que talvez?” Essas lacunas são os espaços onde nossos medos
de não saber o verdadeiro motivo que nos levou a escolher uma
pessoa como companheira se encontram. Isso logo estará batendo
em nossa consciência e, quando acordamos do sonho, temos o
hábito de dizer que os sentimentos acabaram: “Não sinto mais
nada por você!” Estou certo de que você já disse isso para alguém,
mas será que antes de descobrir que não sentia mais nada, existiu
mesmo algum sentimento? É você está salvo, eu nunca saberei a
verdade, mas você sabe!
Nossos relacionamentos são muito importantes para nossa
evolução interna e externa. Ao buscar o conhecimento de quem sou,
não poderei mais dar-me ao luxo de achar ou até mentir para mim.
Sendo crítico e real, estarei evitando muitas dores de cabeça em
meus relacionamentos, principalmente ser cobrado mais tarde de um
sentimento que eu nem sei dizer se era ou não real,
decepcionando uma pessoa que poderá ter muita dificuldade para
voltar a acreditar em alguém.

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