Page 32 - Talvegue
P. 32
COSTURA
Como as pontas de uma linha
Que seguem em sentidos opostos
Vejo o propósito pelo qual se caminha
Costurando-se enquanto expostos
Mas no final somos um só
Quando não há rupturas
Alinhavados por algo maior
E juntos somos essa costura
A mesma linha que segue
Tal qual um rio imenso
Pelas profundezas do talvegue
Torna o (v)estuário extenso
E nos banhamos nessa interseção
A poesia é o nosso alento
Seguimos pela mesma direção
Enquanto tecemos o momento
31