Page 42 - ANÁLISE-DE-DISCURSO
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Discurso e produção de sentido Partindo de uma percepção do jornalismo
como produção de sentido, pode-se compreender esta atividade como um modo de
comunicação que se utiliza dos signos que representam não exatamente aquilo que
é, mas o próprio significado do objeto.
Quando se fala, por exemplo, da Lua para alguém, não é necessário mostrar
a Lua, mas utiliza-se de signos como a própria palavra “Lua”, ou desenhos, ou então
representações similares, como sua própria descrição para querer dizer aquilo que
se quer: um corpo celeste ou o satélite natural da Terra.
Fonte: www.ufrgs.br
Ou seja, as palavras são representações da realidade, assim como se propõe
a ser o jornalismo, quando reivindica para si o papel de narrador dos fatos do
cotidiano.
Mesmo a imagem televisionado não é a própria realidade, mas o resultado da
captura de imagens de alguns poucos momentos, pequenos fragmentos de um
acontecimento que serão compilados ou editados, de modo que possam ser
reproduzidos e assistidos por indivíduos como se fossem o espelho da própria
realidade. “Quando o texto deixa entrever seu autor, ele é considerado ‘subjetivo’ e
passa a ser considerado menos digno de credibilidade, até mesmo falso”.
(MAINGUENEAU, 2001, p.54).
Mas esta construção se dá a partir de um ponto em comum entre quem
constrói a notícia e quem recebe a mensagem.