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Aniversário da mais antiga
                                                                   Nilson Monteiro
          Emocionante.
                  Esta é a única palavra para se definir o espetáculo “Beatles, Shakespeare e os
          madrigais ingleses”, apresentado pela Camerata Antiqua, na Capela Santa Maria, em
          Curitiba, no dia 24 de setembro de 2016. A apresentação fez parte da programação
          comemorativa aos 80 anos da Academia Paranaense de Letras e do XI Encontro das
          Academias de Letras do Paraná, de 23 a 25 de daquele mês. Assim como ela, adjetivos
          semelhantes, e tão substantivos, podem caracterizar um programa que se sintetizou
          na necessidade, cada vez maior, da inserção das academias em sua comunidade.
                  Aliás,  todas  as  academias  presentes  –  Apucarana,  Campo  Largo,  Campo
          Mourão,  Cascavel,  Curitiba,  Foz  do  Iguaçu,  Guarapuava,  Irati,  Londrina,  Maringá,
          Palmas, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa, Toledo, Umuarama e União da Vitória -,
          além  de  outras  instituições  e  entidades  representadas,  mostraram  inúmeros
          exemplos  e  práticas  de  inserção  comunitária,  com  o  esfumaçar  evidente  de  a
          academia ser uma reunião de beletristas, distantes do real.
                  O jornalista e escritor Lauretino Gomes, membro da Academia Paranaense
          de Letras e autor do livro 1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma
          corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil,
          publicação  transformada  em  trilogia  com  os  sequentes  volumes  1822  e  1889,
          abordou o tema “Porque estudar História do Brasil hoje. Como o passado nos ajuda a
          entender e organizar a construção do futuro”, na palestra inaugural, no dia 23, do
          evento, assistida por uma atenta plateia, que lotou o auditório da Faculdade de
          Direito da Universidade Federal do Paraná. Era o início de uma programação que
          magnetizou dezenas de pessoas ao longo de três dias.
                  De debate em debate, visita à Biblioteca Pública do Paraná, troca e doação de
          livros e revistas entre acadêmicos e apresentações musicais do grupo Calouros do
          Ritmo, do músico Beto Capeletto, que culminaram com a Orquestra Sinfônica do
          Paraná,  no  Auditório  Salvador  de  Ferrante,  no  Guairinha,  no  dia  25,  o  encontro,
          conduzido pela eletricidade da presidente da Academia Paranaense de Letras, Chloris
          Casagrande Justen, criou um ambiente de camaradagem e afeto, sempre com a
          bússola indicando motivos de estreitamento das academias não só entre elas, mas
          junto a escolas, entidades de classe, órgãos e setores diferenciados, enfim junto às
          suas comunidades.
                  No dia 23, à tarde, um grupo de participantes visitou a Biblioteca Pública do
          Paraná, prestes a comemorar seu 160º aniversário e com marcas significativas como a
          visita diária de 2,5 mil a 3 mil pessoas a sua sede. A diretoria da instituição recebeu os
          acadêmicos, alguns em sua visita inaugural à BPP. O encanto, entre centenas de
          milhares de livros e inúmeros serviços prestados pela BPP, foi geral.
                  A presidente da Academia Paranaense de Letras, Chloris Casagrande Júnior,
          proferiu a primeira palestra do dia 24, sobre o projeto “A Academia vai à escola”,
          desenvolvido em conjunto com a Secretaria de Estado da Educação, com o objetivo
          de  propagar  a  História  do  Paraná  entre  os  estudantes.  No  mesmo  sentido,  os
          acadêmicos Adélia Maria Woellner e Antônio Celso Mendes falaram, logo a seguir,
          sobre literatura e a formação da cidadania.
                  Na mesma manhã, com a participação de representantes de dez academias
          do  interior  (as  que  haviam  sediado  encontros  semelhantes  em  suas  cidades)  e
          coordenação  do  acadêmico  Nilson  Monteiro,  foi  abordado  o  tema  “A  Academia
          hoje”, com o relato de exemplos de inserção comunitária e de busca do fim do
          “isolamento”  que,  aparentemente,  caracterizava  a  existência  de  instituições
          congêneres em outros tempos.
                  Os tempos mudaram. E a própria discussão sobre “Literatura no Paraná”, com
          coordenação da acadêmica Marta Morais da Costa e uma mesa com participação dos
          acadêmicos  Eduardo  Virmond,  Ernani  Buschmann  e  Paulo  Venturelli,  acendeu  o
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