Page 40 - Revista FRONTAL - Edição 50
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PARA INSPIRAR

        SAÚDE EM PERMANENTE EVOLUÇÃO





                             ENCONTRA AS DIFERENÇAS





        AUTORES
            ANA SOUSA

            INÊS SANCHES

           No âmbito da celebração da 50ª edição da Revista FRONTAL, fundada em 1986 e que até já mudou de sexo, começando
        por ser um jornal, achámos por bem convidar-vos para um passeio nostálgico por alguns dos principais hospitais de Lisboa. Pre-
        tendemos evidenciar os efeitos da passagem do tempo por estes edifícios, pelas suas fachadas, salas e corredores, focando as
        diferenças entre o ‘antigamente’ e o ‘atualmente’, sem descurar também a constante evolução e desenvolvimento da mentalidade
        dos médicos e da relação médico-doente.
           Esta fotorreportagem visava a seleção de fotografias antigas e a posterior deslocação aos respetivos locais com o intuito de
        criar paralelismos o mais fidedignos possíveis. Dado o panorama mundial atual, infelizmente não nos foi possível concretizar este
        projeto em pessoa, pelo que este artigo consistiu numa pesquisa fotográfica nos diversos meios digitais e arquivos a que conse-
        guimos aceder. Sempre que possível, referenciámos o autor e data da fotografia, bem como o seu local de publicação.


        HOSPITAL D. ESTEFÂNIA


           O hospital foi fundado oficialmente a 17
        de julho de 1877, no aniversário de morte de
        D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen
        (1837-1859), Rainha de Portugal, esposa do
        Rei D. Pedro V (1837-1861).
           O casal real visitava frequentemente doen-
        tes hospitalizados, vítimas de cólera e febre
        amarela. Numa dessas visitas ao Hospital de
        S. José, insatisfeita com as condições e com
        a promiscuidade com que na mesma enferma-
        ria eram tratadas crianças e adultos, a Rainha
        ofereceu o seu dote de casamento para que
        fosse criada uma enfermaria pediátrica e mani-
        festou o desejo de fundar um hospital pediátri-   Figura 1 - Hospital Dona Estefânia, s/d, Augusto Bobone, in Arquivo Municipal de Lisboa.
        co para crianças pobres e doentes.
           A morte prematura da Rainha, em 1859,
        não permitiu que ela visse este sonho realiza-
        do, mas, em sua homenagem, em 1860, D.
        Pedro V iniciou a construção do “Hospital da
        Bemposta” (nome antigo), que só ficaria pron-
        to sete anos depois, durante o reinado de seu
        irmão, D. Luís I.
           D. Luís I, por sua vez, cedeu os direitos de
        propriedade e pertenças do hospital ao Esta-
        do português em 1872. Em 1877, o povo por-
        tuguês encarregou-se de prestar a sua própria
        homenagem à Rainha que tanto amara e, na
        data do seu aniversário, denominou-o definiti-
        vamente Hospital de Dona Estefânia.
                                                            Figura 2 - Hospital Dona Estefânia, 2016, Nuno Ferreira Santos, in Jornal Público.
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