Page 38 - Revista FRONTAL - Edição 50
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7 PALMOS DE TESTA
ALGUMAS MEDIDAS...
Educar os profissionais de saúde relativamente à correta identificação e separação dos resíduos.
Do lixo hospitalar que é gerado, 85% é considerado não perigoso, sendo os restantes 15% considerados dentro dos níveis de perigo infecio-
so, tóxico ou radioativo (fontes da OMS). O tratamento não adequado do último grupo de resíduos pode levar à contaminação dos solos e água,
podendo causar não só problemas ambientais, como epidemiológicos.
Utilizar os resíduos alimentares como ração animal, realizar a sua compostagem ou mesmo distribuí-los
gratuitamente pela comunidade sempre que possível.
Todas as instituições com confeção interna de alimentos produzem excessos, que podem ser doados a quem mais precisa, por meio de pro-
gramas como ReFood. Mesmo dentro dos pratos que chegam diariamente aos doentes, em média, 18% da comida em hospitais europeus não
é consumida e deitada fora. Tendo em conta os possíveis riscos de contaminação, esta comida pode ser usada para compostagem, permitindo
um final útil aos alimentos não consumidos.
Evitar prescrições de medicamentos inadequadas e pedidos de procedimentos médicos desnecessários.
Estudos realizados com utentes portugueses relatam um desperdício global de 21,7%, dos quais 9,7% se deve às dimensões das embala-
gens adquiridas. A venda fracionada de medicamentos iria ajudar a colmatar este desperdício, e a retenção de medicamentos que acontece em
consequência deste modo de vendas. Ilustração: Ana Sousa
Informar a população sobre os meios de disposição segura de medicamentos não utilizados ou
fora de prazo de validade.
Os meios de recolha de medicamentos fora de prazo asseguram uma redução de perdas e retenção, para que estes produtos possam ser
adequadamente tratados e eliminados. Também deve ser um esforço na medida de realizar a recolha destes produtos em grandes superfícies
comerciais, mais facilmente acessíveis pelas pessoas, assegurando uma melhor aderência.
Consciencializar os profissionais de saúde e os utentes visando reduzir o consumo energético relacionado com
a ocupação das instalações.
Todas as atividades do hospital gastam energia, destacando-se no aquecimento de água (26%), aquecimento do estabelecimento (25%) e
iluminação (15%). Trocando os meios de aquecimento por sistemas mais eficientes leva a uma redução de custos num longo prazo. Também as
consciencializações dos profissionais de saúde sobre os gastos de energia podem levar a uma mudança de comportamentos.
Alterar as lâmpadas tradicionais por lâmpadas mais eficientes energeticamente.
Não só as lâmpadas LED e CFL têm maiores vidas, como também consomem até 75% menos energia que as incandescentes. Esta diferença, apli-
cada a nível global, oferecem uma poupança de custos considerável, tendo em conta a quantidade de energia gasta na iluminação das infraestruturas.
Otimizar a eficiência energética dos veículos hospitalares mediante o uso de veículos híbridos, elétricos ou
que consumam biocombustíveis adequados.
Um projeto pioneiro em 2017 levou à produção e aquisição de 2 ambulâncias híbridas em Oxford County, Canadá. Apesar dos custos de aqui-
sição terem sido 25% superiores, relativamente aos veículos tradicionais, a redução de gastos no consumo de combustíveis revelou-se favorável
(redução de 18-20% de consumo de combustíveis e emissões de CO2).
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