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FARiS ANTÔNiO SALOMÃO MiCHAELE
BiOGRAFiA
Faris Antônio Salomão Michaele nasceu em Mococa, São Paulo, aos 3
de setembro de 1911. Era filho de Antônio Salomão Michaele e de Rosa Jorge
Michaele, ele poliglota (falava português, espanhol, italiano, árabe, russo e grego
antigo). O filho seguiu-lhe o exemplo, dominando vários idiomas. No Colégio
Centro Cultural Professor Faris Michaele - CCPFM
Regente Feijó, em Ponta Grossa, cidade em que se criou, fundou o Grêmio Literário
Visconde de Taunay, bem como a biblioteca e o jornal “O Fanal”. Diplomou-se
pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná. Instalou ainda em
Ponta Grossa o American Reading Room para o ensino de inglês, assim como o
Centro Cultural Brasil-Estados Unidos. Aposentou-se como professor do Colégio
Regente Feijó. Foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras,
onde lecionou antropologia, língua tupi, literatura hispano-americana, etnografia,
além do português, francês e castelhano. Tornou-se presidente perpétuo do
Centro Cultural Euclides da Cunha e diretor da revista Tapejara. Encontrava-se
também entre os fundadores da Faculdade de Direito de Ponta Grossa, na qual
regeu a disciplina de Introdução à Ciência do Direito.
Foi brilhante pela sua cultura e pelas qualidades didáticas. Escritor de alto
mérito. A sua obra, Ensaios Contemporâneos, mereceu enormes elogios da crítica
especializada. O seu livro Titãs de Bronze reuniu poesias em quatro línguas. Em
Breve introdução à Antropologia Física, mostrou-se profundo conhecedor da
matéria. Obras: Arabismos entre os africanos na Bahia, Em abono de Euclides
da Cunha, Ameríndios e africanos revelam, entre outras, notável polivalência
na abrangência de temas complexos. O seu Manual de conversação da língua
tupi oferece bem a ideia de suas qualidades de professor da disciplina, pela
coordenação que soube imprimir às vinte lições em que divide a gramática.
Seu nome ultrapassou o âmbito provinciano e está ligado a grandes
entidades culturais das Américas e do Velho Mundo, notadamente no campo da
antropologia. Exerceu atividade cultural intensiva. Dá nome ao Centro Cultural
Professor Faris Michaele, fundado em junho de 1987. É patrono da cadeira 16 da
Academia de Letras dos Campos Gerais, além de integrar também a Academia
Paranaense de Letras.
Faleceu em Ponta Grossa no dia 21 de maio de 1977.
Boa parte do acerco do Faris Michaele pode ser acessado e preservado
graças ao esforço de Amélia Oberg Michaele, viúva do Professor Faris e grande
entusiasta do seu legado e do Centro Cultural Professor Faris Michaele.
(Texto extraído da Biobibliografia da Academia de Letras dos Campos
Gerais, Gráfica Planeta, 1995).
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