Page 121 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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Helena, com os olhos fixos nas ondas do monitor, sentiu um arrepio percor-
rer-lhe a espinha.
— “O recife... ele está tentando nos dizer algo.”
Lá embaixo, guiados pela luz e pelo cântico invisível, os jovens avançavam
em direção ao coração do mistério.
Eles sabiam: estavam prestes a testemunhar algo que ultrapassava toda ló-
gica humana.
O grupo flutuava, hipnotizado pela luz suave que pulsava à frente. Cada ba-
tida luminosa parecia ritmar seus próprios corações, como se o mar estivesse ali-
nhando suas almas.
Quando chegaram perto, perceberam que a origem daquele brilho não era
uma criatura, nem um artefato humano. Era uma formação viva — uma pequena
colônia de corais resistentes, agrupados em volta de uma fissura na rocha.
Esses corais, mesmo danificados, tinham desenvolvido uma forma inco-
mum: desenhavam no leito marinho algo que lembrava um círculo partido, com li-
nhas irradiando para fora, como se representassem uma explosão... ou um pedido de
socorro.

