Page 120 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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Era como se o próprio oceano, ferido e esquecido, suspirasse através dos escombros
    do recife.


           À medida que se aproximavam da origem dos sons, seus equipamentos co-
    meçaram a captar vibrações sutis. Não eram apenas ruídos, era algo mais... algo que
    lembrava vozes entrelaçadas em lamentos e esperanças, como cânticos antigos so-
    prados pelas marés.


           Theo apertou o braço de Lívia com leveza, apontando para a frente: do meio
    das formações mortas, brotava uma luz tênue, como um pulsar muito fraco — quase
    imperceptível                —                   mas                  real.
    Uma aura prateada parecia se expandir e retrair, como um coração que ainda tentava

    bater apesar das feridas.

           No    barco,    o   professor    Takashi   arregalou    os   olhos.

    O tablet exibia agora não apenas sons, mas padrões de frequência que se desenha-
    vam em espirais — formas geométricas perfeitas, como mandalas vivas nas profun-
    dezas.


           — “Meu Deus...” — murmurou. — “É uma linguagem.”
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