Page 115 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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Adiante, onde a areia se encontrava com rochas cobertas de algas, uma luz
    tênue  azulada  parecia  pulsar  abaixo  da  superfície,  como  um  coração  batendo  no
    fundo do mar.


           Sem precisar combinar, os três se entreolharam. Era para lá que deveriam
    ir.


           Um passo de cada vez, como quem atravessa um portal invisível, caminha-
    ram rumo ao chamado das vozes do fundo do mar.





           Chegando às pedras cobertas de musgo e algas, Marta já os aguardava, ajoe-
    lhada junto a um equipamento estranho: um hidrofone portátil, ligado a um pequeno
    gravador. Ela ergueu a mão, pedindo silêncio, e ajustou os fones de ouvido. Seus
    olhos se fecharam por instinto, como quem escuta uma melodia quase sagrada.


           — Estão ouvindo isso? — sussurrou, retirando um dos fones para que Lívia
    escutasse também.


           Lívia colocou o fone e estremeceu. O som que emergia não era só um ruído
    aleatório — era um lamento profundo, intercalado por pulsações ritmadas, quase
    como um antigo cântico ancestral vibrando no seio das rochas.
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