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Cismada desde sempre: sobre a
gravidez, o parto e o puerpério
Fui fruto de uma gravidez planejada e
desejada pela minha mãe - se fosse por
meu pai, pararia no primeiro filho. Maria
teve seu primeiro filho aos 32 anos e o
segundo aos 33. O parto deste foi muito
complicado; ela sofreu muito com a
violência obstétrica. Gutembergue diz que
foi uma experiência de quase morte para
ela e por isso que, depois do segundo filho,
não queria mais outro, pois não queria
perder a mulher que ama. FOTO: Maria, grávida do seu segundo filho e
comemorando o aniversário do seu primeiro filho
Mas Dona Maria, sempre muito com seu companheiro Gutembergue.
teimosa (teimosia é traço genético?), escolher o nome; se nascesse uma menina,
engravidou novamente, sofreu um aborto eu ia escolher, esse era o acordo deles,
em 1998, tentou mais uma vez e, em 1999, desde o primeiro filho. Ela trabalhou como
teve sua terceira e última filha. Ela sempre empregada doméstica no interior de
conta que foi uma gravidez mais tranquila
que as anteriores e que quis engravidar Sergipe e, quando foi embora, seus patrões
tinham uma filha chamada Geisa. Ela
novamente para “fechar a fábrica” e queria usar esse mesmo nome, caso viesse
operar. Teve anemia no período
gestacional e tomou muito suco de laranja um dia a ter uma filha.
e beterraba – que hoje odeia. O parto, Os ultrassons sempre mostraram que
assim como os anteriores, foi normal. tudo estava bem. Foram 12h de trabalho de
Soube o sexo apenas depois do parto. Sem complicações, nasceu uma
nascimento. Só queria que viesse com menina sadia, com 4.6 kg e 52 cm. Ela
saúde. Se nascesse um menino, seu pai ia imaginou uma criança saudável, gordinha
e fofinha, que a olhasse ao nascer. Meus