Page 637 - ANAIS ENESF 2018
P. 637
628
Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
Atenção Primária em Fortaleza:possibilidades e desafios na reorientação das redes de atenção.
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x 534.653.853-49 Delane Felinto Pintombeira UECE
170.683.393-87 Lucia Conde de Oliveira UECE
604.198.703-42 Dyeme Alves Barbosa UECE
954.685.873-00 Francisca Helena Lima Pereira UECE
042.212.593-88 Luana Pereira do Nascimento Lima UECE
046.214.223-08 Maísa Bezerra Pinheiro UECE
527.141.103-63 Márcia Andréia Barros Moura Fé UECE
589.404.563-00 Maria Elisangela Albuquerque Silva UECE
x 616.713.983-00 Sandra Costa Lima UECE
Resumo
A implantação da estratégia saúde da família como processo de reorientação do modelo de atenção do sistema de saúde
brasileiro faz parte dos estudos do Laboratório de Seguridade Social e Serviço Social(LASSOSS/UECE). A cobertura da ESF para a
população de Fortaleza(50%), em 2016, representa uma das dificuldades a serem enfrentadas para a reorganização do modelo de atenção
à saúde.O objetivo do trabalho é refletir sobre a atenção primária à saúde de Fortaleza, como ordenadora do cuidado e articuladora
das redes de saúde, a partir dos usuários e trabalhadores. Realizou-se um estudo qualitativo, entre junho 2015 e agosto de
2016, em duas UAPS localizadas nas regionais III e V, por meio de entrevistas semi-estruturadas com 01 gestor, 07 usuários e 22
trabalhadores de saúde. No contexto da gestão municipal (2013-2016), observam-se tensões entre o modelo vigente até 2012 e a
institucionalização do modelo de atenção às condições crônicas, implantado no período. A pesquisa revelou que a reorganização
dos serviços privilegiou as demandas espontâneas em detrimento da agenda programada, quando as unidades passaram a privilegiar o
pronto atendimento, sendo a concepção de "acolhimento" bastante representativa desse processo, a qual, por vezes, se aproxima mais à de
triagem e do modelo biomédico.Outro aspecto refere-se à dificuldade na regulação da APS nos outros pontos da rede,
comprometendo a integralidade e continuidade do cuidado e a resolubilidade da APS. A ausência do NASF também foi um dificultador
para a abrangência do escopo da ESF, seja em relação as ações de promoção e prevenção, ou assistência às necessidades da população.
A falta de profissionais ainda permanece como realidade, sendo agudizadas pelos vínculos temporários da atuais contratações.As
ações no território têm sido enfraquecidas, pelo número reduzido de profissionais, pelas novas atribuições dos ACS e diminuição da
disponibilidade de transporte para as visitas domiciliares. Para alguns trabalhadores entrevistados, a reorganização da atenção primária
provocou um sentimento de fim da Estratégia Saúde da Família.A atenção primária representa uma das inovações no modelo de atenção,
sendo alvo permanente de embates com modelos hegemônicos. Modelos de atenção refletem modelos de cuidar. Por isso, considera-se
fundamental um aprofundamento da reflexão acerca das ações implementadas uma vez que o fortalecimento do SUS requer uma APS
ampliada, integrada e participativa.