Page 3 - Revista PSIQUE Ciência e Vida
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Editorial
Glaucia Viola , editora
Aspectos da infidelidade e da
virtualização de afeto
infidelidade é uma das coisas mais temidas em uma relação
afetiva. Por essa razão, a Psique Ciência&Vida se debruça
sobre o assunto no Dossiê desta edição. Ao longo das décadas,
A inúmeros estudos foram realizados sobre as razões que levam a
infidelidade. Entre alguns fatores, destacam-se a dinâmica patológica do
casal, a falta de qualidade de comunicação entre os dois, a pouca existência
de afinidades, de valores e de crenças, a influência do comportamento
amoroso social que passa por transformações constantemente. Um
Fato a ser levado em conta, por exemplo, é o advento da tecnologia e
principalmente da internet, que mudou as relações consideravelmente.
Hoje não é mais possível se relacionar sem algum tipo de interatividade
virtual. O encontro amoroso tem lugar cativo na rede, na civilização da
virtualização dos afetos.
Mas, apesar dos avanços, a traição ainda é cercada de mitos
tradicionais, tais como: quem
ama não trai, quem consegue
separar amor de sexo não vê
problemas em trair, mulheres
só traem por vingança,
homens são mais infiéis. Para este último tópico, destaca-se uma recente
pesquisa que evidencia similaridade na proporção da infidelidade entre
homens e mulheres, o que se demonstrou uma alteração de atitude se
comparado a estudos das décadas de 1980 e 1990, que demonstrava
predominância entre os homens.
Outra pesquisa aponta fatores que levam à traição relacionados à
insatisfação com o relacionamento conjulgal e/ou com o cônjugue. Ressalta
ainda, aspectos relacionados à sexualidade e à procura pelo amor romântico.
Todos esses aspectos apresentados pelos estudos revelam uma
complexidade no debate, mas uma característica comum na infidelidade: o
egoísmo. Segundo os autores do artigo, a traição gerada pela busca do amor
romântico é um poço profundo de frustação na relação. Afinal “o romance,
pela sua própria natureza, está fadado a degenerar para o egoísmo, pois ele
não é um amor dirigido a outro ser humano. A paixão do romance é sempre
dirigida às nossas projeções, às nossas expectativas, às nossas fantasias”.
Portanto, cuidado. Não se engane!
Boa leitura!
Gláucia Viola
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PSIǪUE Março 2019 - Ano 12