Page 103 - PEQUENAS VERDADES DISTRAÍDAS
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Pequenas Verdades Distraídas
Oblíquo colibri menino,
Boca reticente, mameluca, declinava mistérios;
Não media palavras, palavroso, palavrões palavrava.
Cabeça oca,
Incomodava a quietude do espírito interiorano;
Jogava pedras na casa do louco da rua,
Insurgente inocência;
Ícaro passante,
Voava asa de cera rente à estrela perdida da felicidade.
Efêmero,
Quase não sofria com infortúnios,
Era filho matutino do tempo e no sono todo pesar se extinguia.
E a vida?! Era só aquilo.
A noite passava uma borracha no dia,
E na aurora, ao lado de românticos galos, renascia.
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